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Aos 18 anos, paranaense Thiago Wild coroa a carreira juvenil com um título de Grand Slam

Erguer a taça de campeão juvenil de um torneio de alto nível pode ter dois significados na vida de um jovem tenista: o ponto máximo ou o início de uma promissora carreira profissional. No caso de Thiago Seyboth Wild, a taça do US Open conquistada no domingo é uma espécie de rito de passagem: focado na carreira, o paranaense de Marechal Cândido Rondon nem pensa em mudar de ramo, como outros tenistas que prometiam.

Thiago nasceu em uma família de amantes do tênis e segurou uma raquete pela primeira vez aos 4 anos. Seu pai, Cláudio Wild, é professor na mesma academia onde o filho treina, a Tennis Route, do Rio de Janeiro. A família se mudou para lá em 2014, já com a carreira em mente: Thiago tinha apoio para treinar em Marechal Cândido Rondon e já disputava torneios.

“O Thiago chegou quando o dono da academia pediu para eu selecionar um garoto que fosse bom mesmo”, conta o técnico de Wild, Arthur Rabelo. “Vi ele jogar e gostei, entramos em contato com os pais dele e foram para o Rio”. Rabelo treina o tenista desde 2016.

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O que mais chamou a atenção do treinador em 2014 foram os golpes fortes e precisos de Wild, além do saque. E a capacidade de superação. “Ele tem capacidade de resistir às dificuldades, não se entrega”.

A carreira profissional de Thiago começou no ano passado e ele já tem dois títulos: venceu dois torneios Future, do Circuito Masculino da ITF (Federação Internacional de Tênis), a porta de entrada para o mundo dos grandes. Em novembro, foi campeão do Future de Antalya, na Turquia; em abril deste ano, ficou com a taça em São José do Rio Preto (SP).

Determinado, Wild não quer fazer como o alagoano Tiago Fernandes, que em 2010 foi campeão juvenil no Aberto da Australia e deixou as quadras aos 21 anos. O plano é estar entre os 200 melhores da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) até o fim do ano (ele está na posição de número 461 e é o 8º entre os amadores).

“Ele tem que ter seu tempo”, avalia Eduardo Frick, diretor da CBT (Confederação Brasileira de Tênis). “Não pode ser rotulado como o novo Guga, precisa de mais uns dois anos. Uma coisa é ser juvenil, outra é quando se torna profissional e não é mais um franco-atirador. Tem que continuar com os pés no chão.”

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