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5 lances em que o juiz de vídeo poderia ter mudado a história das Copas do Mundo

Pela primeira vez, o árbitro de vídeo está sendo usado num mudial; a BBC News selecionou lances e jogos em que o recurso teria evitado injustiças e erros ocorridos dentro de campo e não percebidos pela arbitragem tradicional.

O primeiro gol de Diego Costa no empate em 3 a 3 da Espanha com Portugal pelo Grupo B da Copa da Rússia entrou para a história. Foi a primeira vez em que o atacante brasileiro naturalizado espanhol balançou a rede num mundial e também a primeira em que o árbitro de vídeo (VAR), que revisa as decisões do juiz que está em campo, foi acionado para validar um gol na competição.

O juiz italiano Gianluca Rocchi usou o recurso para conferir se Costa havia cometido uma falta em Pepe antes de abrir o placar da partida. Concluiu-se que foi uma jogada normal e o gol foi validado.

No mesmo dia, no jogo em que a França bateu a Austrália por 2 a 1, os dois primeiros gols foram em pênaltis também decididos pelo VAR. Aos 10 minutos do segundo tempo, o pênalti para a França foi a primeira intervenção efetiva do VAR na história das Copas. Inicialmente, o árbitro não tinha anotado o pênalti. O jogo seguiu por cerca de 20 segundos, até a bola sair. Então, o juiz decidiu conferir o lance em uma tela ao lado do campo e, em seguida, apontou para a marca e deu um cartão amarelo para o jogador australiano.

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A equipe do VAR faz uma checagem silenciosa, analisando constantemente todos os lances das partidas. No caso do empate em 1 a 1 do Brasil com a Suíça, por exemplo, o árbitro mexicano César Ramos recebeu a mensagem de que deveria deixar o jogo seguir tanto no lance em que Miranda reclamou ter sofrido uma falta no gol de empate suíço quanto no pedido de pênalti sofrido por Gabriel Jesus.

Fica a pergunta: se o VAR estivesse em outras Copas, seria a história do mais importante torneio de futebol diferente? A BBC News selecionou cinco partidas com lances polêmicos que poderiam ter tido um resultado diferente se o árbitro de vídeo estivesse auxiliando o juiz em campo.

Argentina x Inglaterra, México 1986

O infame gol com a ajuda da «mão de Deus».

Para aqueles que nunca ouviram falar desse polêmico lance, foi ele que levou a Argentina a abrir o placar contra a Inglaterra numa equilibrada partida nas quartas de final. Maradona usou a mão esquerda para ajeitar a bola e marcar o gol.

Maradona ainda marcou um belo gol driblando quase o time inteiro para ampliar o placar, antes que Gary Lineker descontasse para a Inglaterra no final do jogo.

Mas vale lembrar que por 51 minutos a Argentina não conseguiu romper a defesa da Inglaterra. Com o VAR para averiguar o lance, o árbitro teria visto que definitivamente não foi a cabeça de Maradona que lhe permitiu vencer a disputa com um homem quase 20cm mais alto que ele.

Brasil x Holanda, EUA 1994

Num dos mais emocionantes jogos da história das Copas, a Holanda perdia por 2 a 0, graças aos gols de Bebeto e Romário. Os holandeses conseguiram empatar com Dennis Bergkamp e Aaron Winter. O gol salvador do Brasil foi marcado por Branco, numa cobrança de falta aos 81 minutos.

Mas se o VAR estivesse em ação, aquela falta contra o Brasil jamais teria sido marcada. Antes, Branco fez falta no camisa 7, Marc Overmars, e só depois o juiz marcou a falta contra o brasileiro que tentou driblar dois adversários e caiu rolando no chão.

No momento em que o gol foi marcado, o time holandês parecia ainda ter vigor para encarar uma prorrogação que não ocorreu.

Espanha x Itália, EUA 1994

A Copa era a mesma, mas a polêmica foi outra. Numa acirrada disputa, realizada em Boston, a Itália vencia a Espanha por 2 a 1. Já nos acréscimos, o espanhol Luis Enrique avançava na grande área para tentar receber um cruzamento quando levou cotovelada no rosto do italiano Mauro Tassotti.

Não foi um pênalti, mas era lance para cartão vermelho?

Para o azar dos espanhóis, nem o juiz nem o bandeirinha viram a falta. Também preferiram ignorar os apelos de Enrique, apesar do sangue que escorria do nariz dele. Tassotti foi punido depois pela jogada. Ganhou suspensão de oito dias e ficou fora da final contra o Brasil. Valeu como prêmio de consolação para a Espanha, mas se o VAR estivesse em ação o jogador italiano teria sido expulso na hora.

Coreia do Sul x Espanha, Japão-Coreia do Sul 2002

O árbitro de vídeo teria trabalhado muito nessa partida.

A Espanha marcou dois gols legítimos que foram anulados pelo árbitro egípcio Gamal Ghandour. Por várias vezes, ele marcou impedimento contra os espanhóis quando eles pareciam estar em posição legal.

O jogo terminou em 0 a 0, contanto a prorrogação, e a Espanha perdeu nos pênaltis.

Os coreanos já tinham avançado às quartas de final após uma polêmica vitória sobre a Itália, na qual Francesco Totti ganhou um segundo cartão amarelo por ter se jogado ao chão. A expulsão pelo lance pareceu dura demais.

Ainda assim, o país anfitrião continuou até as semifinais, quando perdeu da Alemanha por 1 a 0.

Brasil x Croácia, Brasil 2014

Sede da Copa de 2014, o Brasil viveu um pesadelo logo no jogo de estreia em São Paulo. Aos 10 minutos de jogo, Marcelo marcou um gol contra, deixando o Brasil atrás no placar contra a Croácia. Neymar empatou, mas a Croácia estava melhor na partida.

Foi quando o atacante Fred caiu na área aos 70 minutos de jogo. O árbitro japonês Yuichi Nishimiura deu o pênalti que Neymar converteu, virando o jogo para o Brasil.

Mas uma análise da imagem revela que Fred não foi derrubado, ele se jogou. Com o VAR, dificilmente o pênalti teria sido marcado. Ao final dessa partida, Oscar ainda marcou mais um para o Brasil.

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