Esporte

Final mais provável para a Copa é Brasil x Alemanha. E Brasil perde, prevê modelo estatístico

A previsão é de um grupo de estatísticos da USP, UFSCar e UFBA, que acertou os primeiros e segundos colocados das últimas três copas do mundo.

Uma má notícia para a seleção brasileira na Copa da Rússia. A equipe é a terceira colocada no ranking das prováveis campeãs, com 13,27% de probabilidade de levar a taça. Em segundo lugar, está a Bélgica, com 13,93% de chance. E, em primeiro lugar, está a Alemanha, a vilã do 7 a 1 na Copa de 2014, com 17,57% de chance de vencer o torneio.

A previsão é do Grupo de Modelagem Estatística no Esporte (GMEE), que reúne estatísticos das universidades de São Paulo (USP) e federais de São Carlos (UFSCar) e da Bahia (UFBA). Eles acertaram os primeiros e segundos colocados das últimas três copas (2006, 2010 e 2014).

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Em 2014, o GMEE apontou corretamente que Alemanha e Argentina disputariam a final. Em 2010, que o último jogo seria entre Espanha e Holanda. E em 2006, entre Itália e França.

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Já para a Copa da Rússia, a final mais provável entre todas as 446 possíveis é justamente Brasil x Alemanha, com 4,96% de probabilidade. Em seguida, a maior probabilidade é Alemanha x Bélgica (4,22%); Espanha x Bélgica (3,15%); Espanha x Brasil (3%); e França x Alemanha (2,87%).

O grupo utiliza um modelo probabilístico alimentado com dados objetivos, como o ranking de seleções elaborado pela FIFA, a distribuição das equipes pelos grupos da Copa, além de informações subjetivas, como opiniões de comentaristas esportivos e jogadores.

«Por meio desse modelo, 100.000 copas fictícias são simuladas e as trajetórias de todos os times são guardadas nesse banco», explica Francisco Louzada, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos e um dos coordenadores do GMEE. «A partir daí, podemos obter todas as probabilidades de interesse».

No decorrer da Copa, as probabilidades vão sendo recalculadas

Segundo Louzada, o modelo é dinâmico. Ou seja, ele é ajustado a cada rodada, recebendo novos dados. Assim, no decorrer da competição, as probabilidades são recalculadas. «Com os jogos realizados, temos informações adicionais, como os resultados das partidas e novas opiniões de comentarista e jogadores. Antes de cada rodada, novas probabilidades são obtidas e divulgadas.»

Dessa forma, são obtidas as chances de cada time se classificar para as oitavas. Também são realizados prognósticos de cada seleção chegar às quartas, semifinal e final.

Mesmo antes do início da Copa, as probabilidades podem ser recalculadas. Até agora, já foram feitas quatro atualizações das previsões sobre o mais provável campeão.

A última delas foi feita depois que o técnico da Espanha foi demitido, na véspera da abertura da Copa. Devido a essa mudança, o modelo do GMEE apresentou uma importante alteração: a equipe espanhola, que era a segunda com mais chance de vencer o torneio, agora caiu para a quarta posição.

Previsões não podem incluir incertezas do futebol

Louzada faz questão de ressaltar, no entanto, que as previsões não são infalíveis. «Modelos estatísticos apontam probabilidades de ganhar um campeonato em meio à presença de incerteza», explica.

«O fato de uma seleção ser apontada como favorita não significa que ela de fato se sagrará campeã. O real significado é tão somente que, com as informações que se tem em um determinado momento específico, essa dada seleção tem maior chance de vencer a Copa. Mas, durante o desenrolar do torneio, isso pode se alterar, e outra (equipe) pode passar à frente.»

O cientista dá um exemplo para deixar mais claro o que quer dizer: «Quando prevemos que uma seleção tem 30% de probabilidade de ser campeã, significa também que a chance dessa mesma seleção não levar a taça é de 70%.»

«Além disso, no universo futebolístico, existe uma mar de incertezas, incluindo erros de arbitragem, lesão de jogadores importantes, expulsões, condições climáticas, estado psicológico dos atletas, dentre outras, que impactam de forma significativa na possibilidade de uma equipe ser a vencedora do torneio», conclui Louzada.

O objetivo da previsão estatística não é fazer um prognóstico estático antes da Copa e depois compará-lo com o resultado real final, diz Louzada. Mas sim recalcular essa chance à medida que o campeonato avança e que as informações sobre os times são obtidas.

«Ou seja, precisamos ver o modelo estatístico inserido dentro de uma estrutura dinâmica, que nos dê a oportunidade de acompanhar as probabilidades das seleções temporalmente», diz.

Apesar da ressalva do pesquisador, o fato é que o GMEE tem acertado até prognósticos feitos antes do começo das copas.

É possível acompanhar as previsões atualizadas na internet

Além das copas, o GMEE faz prognósticos dos torneios nacionais de futebol do Brasil (Brasileirão), Inglaterra (Premier League), Espanha (La Liga), Itália (Serie A) e Alemanha (Bundesliga).

Antes, os resultados do GMEE eram divulgados apenas em eventos ou em publicações científicas, conta Adriano Kamimura Suzuki, também do ICMC e integrante do grupo. «Mas, por se tratar de um assunto que desperta o interesse do público em geral, tivemos a ideia de criar um site, que batizamos de Previsão Esportiva«, revela.

«A divulgação de nosso trabalho por meio desse site faz com que o torcedor tenha um contato com a estatística, interagindo com a metodologia, dando suporte ao seu aprendizado e interpretação dessa ciência de grande importância prática», completa Suzuki.

Na página, também foi criado um simulador, no qual é possível dar um palpite a respeito dos placares dos jogos. «Nessa situação, o internauta terá como resposta todas as chances das equipes alcançarem cada uma das etapas da fase eliminatória da Copa», diz Louzada.

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