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Salah: vem do Egito o cara que pode de desbancar Cristiano Ronaldo e Messi

Na década em que o protagonismo individual no futebol mundial tem revezado de pés ano a ano entre os craques Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, um novo nome surge, de um país com quase nenhuma tradição no esporte, como um possível candidato a vencer a Bola de Ouro. Trata-se do egípcio Mohamed Salah, um dos principais responsáveis pela bela campanha do Liverpool na Liga dos Campeões, apesar da derrota na final por 3 a 1 para o Real Madrid.

No ano em que os holofotes foram direcionados a Neymar, maior contratação de todos os tempos do futebol pelo PSG, o egípcio chega no fim da temporada como um dos principais jogadores da atualidade. O atacante do time inglês foi o vice-artilheiro do principal torneio de clubes da Europa, com 11 gols, atrás apenas de ninguém menos que Cristiano Ronaldo, com 15. Já no Campeonato Inglês, onde quem mandou foi o Manchester City (campeão disparado com os melhores ataque e defesa), Salah foi o principal goleador da competição, com 31 gols.

Se no clube em que defende a fase é ótima, na seleção não é diferente. Em outubro, ele foi o herói da classificação do Egito à Copa ao fazer, nos acréscimos, o gol da vitória por 2 a 1 contra o Congo. O triunfo colocou os egípcios no Mundial após 28 anos – o último havia sido em 1990, na Itália.

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A grande atuação na temporada e o forte trabalho social feito no país – iniciou neste ano a construção de um hospital e de uma escola para meninas na sua cidade natal, Nagrig – rendeu a Salah o apelido de “Rei do Egito”.

No entanto, chegar a tal patamar não foi fácil. Nascido em 15 de junho de 1992, Salah diz que na infância via com frequência os jogos da Liga dos Campeões pela TV, o que fez de Ronaldo, Zidane e Totti seus ídolos.

O garoto egípcio começou a treinar em um time do bairro Basyoun, onde morava. Depois, foi para o Tanta, clube da quinta maior cidade do Egito, que ficava a uma hora e meia da casa dele. Aos 14 anos, começou a jogar no Arab Contractors, da capital Cairo. Foi aí que começaram as dificuldades. “Era uma viagem de quatro a quatro horas e meia, cinco dias por semana, para chegar ao treinamento. Eu tinha que sair mais cedo da escola para treinar”, relatou ao site do Liverpool. Após três anos “viajando”, a esperança começou a ser maior quando subiu para o time principal, aos 17 anos, e se destacou.

Com 19, fez sua estreia pela seleção, em uma partida contra Serra Leoa, em setembro de 2011. No ano seguinte, foi o destaque do time nos Jogos Olímpicos de Londres, fazendo gol em todas as três partidas da fase classificatória.

A boa atuação o levou naquele ano para o Basel, da Suíça. Os 20 gols em dois anos chamaram a atenção do milionário Chelsea, que o contratou em 2014 por 11 milhões de libras. No entanto, a passagem pelo time londrino foi apagada. Logo em 2015, Salah foi emprestado à Fiorentina, da Itália, como moeda de troca pelo colombiano Cuadrado. A passagem por Florença também foi curta e logo ele se transferiu para a Roma, onde viu a carreira novamente decolar: foram 34 gols em um ano e meio. O bom desempenho na capital italiana o levou de volta para a Inglaterra. Os 42 milhões de euros do Liverpool fizeram de Salah o jogador africano mais caro da história do futebol. E lhe deu um novo status.

No auge da carreira aos 25 anos, o atual “Rei do Egito” tem a difícil missão de classificar a seleção de seu país para a segunda fase da Copa do Mundo pela primeira vez. Para isso, ele corre contra o tempo para recuperar o lado psicológico e, especialmente, físico. Na final da Liga dos Campeões, o atacante sofreu uma entrada do zagueiro Sérgio Ramos e deslocou o ombro esquerdo. Teve que deixar o campo ainda no 1º tempo e viu o sonho de disputar o Mundial ficar perto de morrer. Mas, ontem, ele foi confirmado pelo técnico Hector Cuper entre os 23 convocados.

Uruguai, Rússia e Arábia Saudita que se cuidem no Grupo A, porque, se  depender da sua força de vontade e talento, Salah não apenas estará em campo, como tem potencial para fazer chover. Até mesmo no deserto.

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