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Uni-vos a Messi, Argentina; baixe pôster

Não é por acaso que Lionel Messi já é uma lenda. Um dos maiores jogadores que o futebol já viu, o  argentino praticamente faz chover com o escudo do Barcelona no peito. É, inclusive, o maior artilheiro da história do clube desde março de 2014, quando superou os 371 gols de Paulino Alcántara. A Messi, cinco vezes eleito o melhor do mundo, sobram números, recordes e estatísticas impressionantes. Falta, porém, uma Copa. E, por isso, sua idolatria pelos catalães não é repetida por boa parte dos argentinos.

Há, também, uma sombra imensa, apesar de ter 1,65m: Diego Armando Maradona. A mesma perna esquerda talentosa, a mesma camisa 10, passagens pelo mesmo Barcelona e pelo Newell’s Old Boys… e praticamente a mesma altura – Messi, La Pulga, tem só quatro centímetros a mais que El Pibe. Mas há algo que faz uma diferença gigante para os “inchas”: Maradona levou a Argentina ao título da Copa.

Em 1986, no México, o craque foi o grande herói do bicampeonato dos hermanos. No ano seguinte, nascia em Rosario o principal candidato a conduzir o time ao tri. E essa honra é também a sina de Messi.

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O caminho foi longo para, hoje, aos 30 anos – fará 31 no dia 24 de junho, no meio da Copa –, ele ser o gênio que é. Iniciou a carreira na base do Newell’s. Lá, aos 9 anos, descobriu que tinha um problema hormonal: com 1,25m era menor do que o normal para a idade. Para crescer, literalmente, Messi teve de se submeter a injeções de hormônios. Diariamente, o próprio menino as aplicava nas pernas, sem reclamar. Até que, depois de quatro anos, a família se viu sem condições de pagar o tratamento. Sem saída, o pai do atacante, Jorge Messi, ofereceu o filho ao River Plate, um dos gigantes da capital Buenos Aires. A negociação não deu certo. Mas todo o resto, deu.

A família Messi tinha parentes em Lérida, na Espanha. E foi para lá que os argentinos se mudaram, quando Lionel tinha 11 anos. Por pouco ele não escapou do Barça e aí vem a “famosa história do guardanapo”. O diretor Carles Rexach improvisou um contrato com o menino – redigido e assinado num guardanapo – quando o pai deu um ultimato. Ou assinavam ou Messi voltaria para a Argentina. O acordo foi feito. A história, também. 

Com muito barulho dentro de campo e quase nenhum fora dele por ser uma pessoa discreta e até certo ponto tímida, Messi virou unanimidade. Menos na Argentina.

Se há um único lugar em que, possivelmente, a desconfiança recai sobre seus ombros cada vez que ele entra em campo, é justamente em sua terra natal. Por mais incrível e injusto que possa ser, Messi não tem títulos com a seleção principal. No currículo, três vice-campeonatos de Copa América e um de Copa do Mundo, em 2014. Agora, na Rússia, Messi terá sua quarta  tentativa.

A Alemanha também é a maldição do craque em Mundiais. Além de perder a decisão no Brasil, houve eliminação nas quartas em 2006 – quando não era titular –, e na mesma fase em 2010, quando ele já era reconhecido.

Messi garante que será a última vez que tentará colocar uma estrela na camisa da Seleção. Com muitas frustrações e cobranças, está cansado. Alega que os torcedores também estão cansados dos seus fracassos. A prova é sua estátua, que fica na reserva ecológica de Costanera Sur, em Buenos Aires, destruída duas vezes no ano passado,

Ele sabe, o futebol marca os vilões e os heróis. É herói em Barcelona. E se sente em dívida na Argentina, onde não goza do prestígio que tem no resto do planeta. Se quiser entrar para história para os argentinos, com um peso de um Maradona, precisa levantar a taça em julho. E precisa do apoio dos seus conterrâneos. O futebol lhe deve isso. Cabe a ele cobrar.

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