O esporte brasileiro vive um dos maiores escândalos da história após cerca de 40 atletas da ginástica artística afirmarem à TV Globo que sofreram assédio e abuso sexual ou moral do técnico Fernando de Carvalho Lopes, que treinava alunos no clube Mesc, em São Bernardo. Coordenador-chefe da Seleção Brasileira de ginástica, treinador da equipe de São Caetano e tutor do medalhista olímpico Arthur Zanetti, Marcos Goto, que foi acusado por ginastas de ter ciência dos fatos e fazer chacota com o assunto, se defendeu alegando que a situação era dada como boataria.
ANÚNCIO
“Os fatos (…) ocorreram há mais ou menos 12 anos, como foi dito por vários declarantes, eram tratados como boatos e podem ter gerado algum tipo de gracejo na época por muitos envolvidos na ginástica, inclusive entre os próprios atletas oriundos de São Bernardo, acolhidos por mim em São Caetano”, diz nota divulgada ontem por Goto.
Ele e Lopes estiveram no comando técnico da Seleção Brasileira de ginástica entre 2014 e 2016. Lopes foi afastado do time nacional após a primeira denúncia de abuso sexual feita por um atleta menor de idade que treinava com ele.
Recomendado:
Rayssa Leal conquista etapa da Liga Mundial de Street Skate
Defesa de Dani Alves custou caro, diz revista especializada
Caso Dani Alves: advogado da vítima e MP tentaram, mas Justiça mantém decisão de deixar jogador em liberdade provisória
A CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), em nota, informou que ouvirá Goto sobre a acusação de comportamento inadequado. No entanto, o treinador da equipe de São Caetano afirmou na nota divulgada que não pretende falar mais sobre o assunto. “Serve esta declaração como a única que darei sobre esses fatos, visto que na época não prestava serviço a mesma (CBG), sendo única e exclusivamente um treinador do meu clube”, diz o texto.
Apuração
A SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) informou que o inquérito policial sobre as denúncias contra Lopes é investigado sob segredo de Justiça pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de São Bernardo, que também atende crianças e adolescentes vítimas de violência física, moral e sexual.
A reportagem não conseguiu contato com o Lopes ou o advogado dele.