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Formado na base do Grêmio, Marcelo Grohe foi um dos destaques do tri

O placar de um jogo de futebol pode significar muito, mas esses números não dizem tudo. Eles dizem quem ganhou e quem perdeu, mas futebol não é só isso. Pense no tricampeonato da América conquistado pelo Grêmio ontem. Onde nos resultados da campanha aparece tudo o que Marcelo Grohe fez defendendo o gol gremista.

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Aqueles números que deram o título não contam a história desse goleiro nascido em Campo Bom, criado na base gremista, preparado no Olímpico e maturado na Arena. Eles não falam do orgulho que é ser protagonista do tricampeonato. Em 1983, Grohe não era nascido para ver  as defesas de Mazarópi. Em 1995, Grohe era uma criança de oito anos vibrando com os milagres de Danrlei.

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Os placares não falam que Grohe chegou ao Grêmio em 2000 e tem contrato até 2020, quando completará 20 anos dentro do clube. Uma vida de glórias, mas também de espera. Porque os jogos da Libertadores não mostram que foi preciso ser reserva de Galatto, Saja, Victor e, quando a titularidade parecia óbvia, de um já decadente Dida.

“Já vivi essa situação, é bem complicado. Ele teve paciência. Teve uma atitude profissional. Soube esperar”, frisa Mazarópi.

Quando Dida foi contratado por indicação de Vanderlei Luxemburgo, em 2013, Grohe já tinha asas grandes o suficiente para voar para outros lugares. Se não fosse gremista, teria as usado para vestir outra camisa. Ficou para batê-las e voar de um canto do gol ao outro, protegendo a meta tricolor, evitando gols que não aparecem no placar.

“Temos histórias parecidas por termos vindo da base. Esses momentos [de títulos] são inesquecíveis. Chegar à final da Libertadores é fora do comum”, comenta Danrlei.

As defesas feitas por Grohe nesta Libertadores mereciam receber uma pontuação no placar, não somente um singelo zero no lado do adversário.

Na carreira de um goleiro, é até comum ter uma grande defesa no currículo e compará-la àquela emblemática feita por Gordon Banks, na Copa de 1970. Mas quantos podem dizer que fizeram uma defesa deste calibre duas vezes na mesma competição?

Goleiros são pagos para ser o anticlímax do futebol, por evitar  gols, mas os gremistas celebraram como gol os milagres de Grohe.  Suas intervenções contra o Barcelona de Guayaquil e o Lanús são gols travestidos de defesa. Elas não foram apenas plasticamente bonitas e difíceis. Elas foram essenciais.

O zero nesses jogos para o adversário foram os gols de Grohe. São defesas que não aparecem no placar, mas ficarão registradas para sempre na história gremista.

Agora, as mãos que evitaram que a bola cruzasse a linha do gol, agarram a taça da Libertadores. O troféu tem certeza que está seguro. Marcelo Grohe entra para a história e ficará ao lado de Lara, Mazarópi e Danrlei.

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