A briga entre torcedores em Joinville, na partida entre Vasco e Atlético-PR, e seus desdobramentos chamou a atenção do Ministério Público do Rio de Janeiro. O advogado Luiz Roberto Leven Siano disse ao Portal da Band que foi procurado por um promotor do MP-RJ em busca de informações sobre o caso, incluindo os julgamentos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e que o órgão vai analisar a possibilidade de abertura de uma investigação e de entrada com uma ação civil pública contra o tribunal por suposto desrespeito ao Estatuto do Torcedor. A falta de policiamento no jogo é um dos pontos que serão apreciados.
Além do MP, um deputado federal também entrou em contato com Leven Siano, que reúne informações sobre o caso, e revelou que o partido do parlamentar pretende entrar com o mesmo tipo de ação. O advogado preferiu não revelar os nomes do promotor e do deputado.
Em São Paulo, MP também acena como a possibilidade de entrar com uma ação civil pública por desrespeito ao Estatuto do Torcedor.
Recomendados
Cristiano Ronaldo está sendo muito rude, os gestos mais obscenos do jogador no Al Nassr
Checo e Verstappen lideram os pilotos da Fórmula 1
Filipe Toledo anuncia pausa temporária no Circuito Mundial de Surfe
Na partida pela última rodada do Brasileirão, o Atlético-PR venceu por 5 a 1 e selou o rebaixamento do Vasco. Mas o duelo ficou marcado pela briga generalizada entre torcedores, que paralisou o jogo por 73 minutos.
No primeiro julgamento, os auditores da 4ª Comissão Disciplinar do STJD puniram o Vasco com a perda de oito mandos de campo, sendo quatro com portões fechados. O Furacão perdeu 12 mandos, seis deles sem torcida. Ambos terão resursos julgados em janeiro. Já o pedido de impugnção da partida pelo Gigante da Colina foi negado pelo Pleno do STJD ontem.
Schmitt na mira
O advogado vai se reunir na próxima semana com representantes do Vasco para tratar da ação na Justiça comum em nome do próprio clube, para anular a decisão do STJD e impugnar a partida em Joinville.
Leven Siano também tem encontros marcados com um grupo de torcedores que estavam no estádio e outro formado pelos clientes de serviço de pay-per-view. Além destes, o advogado representará conselheiros do clube que ingressarão com outra ação. Um deles confirmou a reunião ao Portal da Band.
São 10 réus no total: CBF, as federações paranaense e catarinense, o Atlético-PR e seus respectivos presidentes, que serão alvos de pedidos de destituição; além do árbitro da partida, Ricardo Marques, e o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt.
Além da destituição dos dirigentes, serão pedidas indenizações e, no caso dos grupos dos torcedores que estavam no estádio ou dos conselheiros, a nulidade das decisões do STJD. Alegação é que o tribunal desportivo não observou os princípios da impessoalidade e da independência, previstos nos artigos 34 e 36 do Estatuto do Torcedor, ao deixar a CBF fora da denúncia e, portanto, sem punição.
“Ele (Schmitt) deve ser incluído por omissão, por não ter denunciado a CBF, responsável pela competição, e também por não ter recorrido da absolvição do árbitro”, afirma Leven Siano.
Mais de mil
“No total, esses grupos devem resultar em cerca de mil pessoas. Se cada um conseguir R$ 5 mil de indenização, imagine o prejuízo para a CBF”, prevê.
“A ação mais importante é a dos torcedores que estavam no estádio. Entre eles estavam crianças, adolescentes, mulheres, idosos, deficientes físicos, e que não participaram do tumulto, mas que passaram momentos de terror. Essas pessoas estão muito afetadas. Muitas foram embora após a briga e algumas dizem que nunca mais querem voltar a um estádio de futebol”, revela.