O procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schimitt, afirmou nesta segunda-feira que houve negligência tanto do Atlético-PR quanto da Polícia Militar no esquema de segurança da Arena Joinville, palco da partida entre o Furacão e o Vasco, que acabou manchada por uma briga de grandes proporções entre as torcidas dos dois times.
“Clube e autoridades policiais não atuaram da maneira necessária. Evento esportivo é uma modalidade que precisa de uma estrutura de segurança totalmente diferente daquilo que foi apresentado”, comentou Schimitt, em entrevista ao Portal da Band.
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A briga entre atleticanos e vascaínos resultou em quatro feridos, três em estado grave, levados para um hospital de Joinville. Entre as duas torcidas, vinte seguranças (segundo a empresa particular contratada) faziam a contenção e uma corda delimitava a colocação de cada facção.
Schimitt ainda descartou a hipótese de que o Ministério Público de Santa Catarina tenha orientado a PM a agir apenas fora do estádio. Para ele, o Atlético-PR, clube mandante e responsável pela segurança do evento, não tomou as medidas necessárias para evitar confrontos dentro da arena.
“É especulativo afirmar que o MP tenha dado alguma orientação nesse sentido (ausência da PM dentro do estádio) para esse jogo. Depende de análise de documentos, provas. É muita especulação em torno desse fato. O fato é que o clube é o responsável pela segurança. E obviamente, não podemos afirmar que isso tenha ocorrido da maneira adequada”, acrescentou.
Segundo o procurador-geral do STJD, os clubes devem ser punidos com a perda de torcidas em jogos, pois qualquer torcedor está exposto à violência de determinados indivíduos ao frequentar jogos de futebol.
“Pela gravidade da violência, acho que a punição ideal tem que ser através do publico, dos ingressos. O torcedor comum tem que ser protegido da violência. Hoje frequentar o estádio de futebol é estar exposto à violência. E fechar os portões dos estádios, vetar a venda de ingressos é a melhor maneira para proteger o torcedor comum”, disse.
Embora tenha se especulado a imposição de uma punição nos moldes da justiça turca, que determinou a presença apenas de mulheres e crianças a um jogo do Fenerbahçe (em 2011), Paulo Schimitt ainda não vê esta como uma alternativa viável para o caso.
“O que está previsto é a ausência de público. Essa ideia de mulheres e crianças é uma boa, mas ainda não há a possibilidade de impormos esta medida”, afirmou o procurador-geral, que ainda explicou que o STJD nada pode fazer para punir os indivíduos, apenas os clubes.