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‘Estarei mais forte em 2014’, afirma Helio Castroneves

Helio Castroneves terminou com o vice-campeonato da Indy 2013. O piloto na etapa de Fontana | Steve Swope/Team Penske

Em uma das etapas mais agitadas do ano, na qual Helio Castroneves era o único competidor em condições de derrotar Scott Dixon, o neozelandês da Chip Ganassi Racing ratificou a liderança do campeonato conquistada em Houston e se sagrou campeão da temporada 2013 da Fórmula Indy, na noite de sábado, no Auto Club Speedway, em Fontana.

 

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Em entrevista ao Metro Jornal, o brasileiro da Penske falou sobre a derrota, a temporada e o futuro.

Metro Jornal – Você liderou o campeonato até as corridas finais, quando foi superado por Scott Dixon. Como você enxerga essa perda de um título que esteve tão perto?

É frustrante e fico triste, não tenha dúvidas disso. A gente lutou muito e o Team Penske merecia esse título. Não me entenda mal, não estou dizendo que o Scott Dixon e a Ganassi não mereceram. Eles fizeram um trabalho fantástico e estão de parabéns, mas tanto é verdade que o equilíbrio era grande e a gente também merecia, que o título só foi definido nas últimas voltas da última corrida. Isso mostra como a categoria é competitiva. Por outro lado o sentimento é o de ter feito tudo o que estava ao nosso alcance. Tudo o que dependeu de mim e da equipe foi feito. Trabalhamos duro durante o ano todo. Pra falar a verdade, desde o final do ano passado já na pré temporada. O entrosamento foi fantástico, conseguimos pontos preciosos em algumas corridas onde tudo parecia perdido e nunca houve um momento de desânimo, de abandono da luta, nada disso. Enquanto a coisa esteve sob o nosso controle, muitas vezes pegamos um limão bem azedo e fizemos uma gostosa limonada. Só que tem uma hora que a coisa foge do controle e não tem muito o que fazer. Claro, não estou satisfeito, tudo o que fizemos foi para conquistar o título, mas o negócio é seguir em frente e encarar 2014 com mais força ainda.

Metro Jornal – Você liderava o campeonato até a corrida dupla de Houston, quando teve problemas no câmbio. Como entender e explicar estes problemas? O que a equipe te disse? Essas provas foram as que marcaram a derrota?

Essa foi uma situação que fugiu ao controle. Confesso a você que ninguém entendeu direito o que aconteceu. Sem dúvida, o fato de o circuito de rua de Houston ser muito ondulado complicou a nossa situação e contribuiu para que as quebras acontecessem. Mas não dá para dizer que foi só por esse motivo porque com outros carros isso não aconteceu, apesar de muita gente ter tido também algum problema de câmbio durante aquele final de semana. Olhando friamente para o campeonato, acho que dá para dizer que nós perdemos esse título lá. Foi um prejuízo muito grande que não deu para reverter. Como foram duas corridas e eu tive problema nas duas, então, imagina, né? Para você ter uma ideia, eu fiz somente 20 pontos nas duas corridas, enquanto o Scott venceu uma, foi segundo na outra e fez 94 pontos. Quer dizer, a minha vantagem de 49 pontos virou uma desvantagem de 25. Então, os acontecimentos de Houston foram determinantes.

Metro Jornal – Apesar da frustração da perda, como você avalia sua temporada e que lições pode tirar para o próximo ano?

A grande lição é que o câmbio não pode mais quebrar (risos). Falando sério, eu acho que foi uma temporada muito boa, competitiva, consistente e que foi marcada por uma luta forte prova a prova, como se fosse uma decisão. Deixa eu explicar melhor. Eu nunca entro na pista para perder. Sempre entro para ganhar. Quando falo em consistência e regularidade, tem gente que entende como comodismo. Nada disso. É que em algumas provas as circunstâncias eram tão adversas que você era o primeiro a saber que não daria para lutar pela vitória. Qual era minha postura diante disso? Se estava em 10º, fazia o possível e o impossível para passar para 9º. E assim sucessivamente, pensando no campeonato. Quando deu para ganhar eu ganhei, quando deu para ir ao pódio eu fui. E quando não deu, fui atrás de um pontinho a mais como se fosse a própria vitória. Essa foi a grande marca desse campeonato, o que me deixou muito orgulhoso do trabalho que eu e a equipe fizemos. «Jogar a toalha» não está nem no meu dicionário e nem no dicionário da Penske.

Metro Jornal – Já fazendo uma projeção para 2014, com a chegada do Montoya ao time, qual é a sua perspectiva? Podemos acabar vendo o Helinho em outra categoria?

Não, ainda tenho muito tempo de Fórmula Indy. No futuro, quem sabe? Gosto de experimentar carros diferentes e sempre que a equipe autorizou e o calendário permitiu, fiz algumas corridas como convidado. Foi assim no IROC nos Estados Unidos, na V8 australiana, na Stock no Brasil, corri Mil Milhas, Daytona e por aí vai. Eu acho legal conhecer outras categorias, mas meu objetivo é a Indy por mais algum tempo. O Montoya é um cara muito talentoso e gosto muito dele. Aliás, eu o conheço desde 1990, quando fui fazer meu primeiro Mundial de Kart, na Europa, e ele estava lá. Fizemos amizade que continuou até hoje. Acho que foi uma decisão muito correta do Roger Penske em trazer o Montoya para correr com a gente. Ele tem muita experiência e tenho certeza que fará muito sucesso no seu retorno à nossa categoria.

 

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