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Runco faz coro com jogadores e pede menos jogos em nome da saúde

Problema do calendário não será resolvido de uma para outra | Mowapress/Divulgação
Problema do calendário não será resolvido de uma para outra | Mowapress/Divulgação

No posto de médico da seleção brasileira e do Flamengo, José Luiz Runco conhece bem os efeitos do calendário do futebol no país sobre os jogadores. Ele entende a reivindicação dos atletas, que assinaram um manifesto pedindo mudanças na agenda de jogos, e defende a diminuição do número de partidas por mês. Mas enxerga dificuldades e diz que o problema não acontece somente no Brasil, mas também na Europa.

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“É um problema mundial. O futebol virou um grande business, tem que defender muitos interesses e isso sobrecarrega o número de jogos. Acho que todas as confederações vão lutar por isso e a própria Fifa vai tentar rever para preservar a saúde dos atletas, fundamental para a qualidade do espetáculo”, declarou Runco em entrevista ao repórter Wellington Campos, da rádio Bradesco Esportes FM Rio.

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“Se puder fazer, em vez de oito, seis partidas por mês, seria ótimo. Mas aqui às vezes fazem até 12. Se puder diminuir para metade disso, seria o ideal. Tem que tentar alongar as competições. É preciso um estudo muito grande com atletas, dirigentes, organizadores, médicos, preparadores físicos, treinadores, todos os responsáveis para que possa ter uma definição de calendário que não prejudique a qualidade do espetáculo e que não venha trazer problemas para os atletas”, afirmou o médico, que pede calma até se chegar a uma solução.

“Tem que haver consenso. Isso não vai ser resolvido de uma maneira rápida, mas uma hora nós vamos ter uma solução. Todos devem sentar a mesa”, declarou.

Bola de neve

Runco acredita que o grande número de jogos afeta também a frequência do público.

“O torcedor não consegue acompanhar a demanda de partidas, e isso vai fazendo com que as pessoas percam o interesse de ir ao estádio. A não ser que o time viva um momento espetacular. Mas, pelo volume de atletas lesionados, essa qualidade também não é fácil de se manter. Vira uma bola de neve, que uma hora deve ser quebrada”, concluiu.

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