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‘Manhunt’, a caça do assassino de Lincoln

Inspirada no best-seller do New York Times e no livro vencedor do Prêmio Edgar

Manhunt
Manhunt Chris Reel (Chris Reel)

A surpreendente perseguição e busca de John Wilkes Booth após o assassinato de Abraham Lincoln é o fio condutor de ‘Manhunt’, uma produção da Apple Studios que estreia mundialmente na televisão em 15 de março através da Apple TV+.

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Ao contar a história sobre as sequelas do assassinato, os escritores utilizam o método de flashbacks para mostrar a personalidade de Lincoln e o homem que ele era, fazendo um retrato psicológico da história. "Com a série, vivenciamos momentos que aparentemente existem além dos livros didáticos. 'Manhunt' pinta essas figuras notáveis com um pincel muito humano. Acredito que o que todos tentamos fazer com esta série é trazer um evento importante, que obviamente é uma grande parte da história deste país, e moldá-lo da forma mais íntima possível", conta o ator Tobias Menzies.

“Momentos como o assassinato são essenciais, mas tentar fazê-lo da forma mais humana, mais real possível. Estamos contando uma história política muito complicada, porém, espero que o público se identifique com a parte humana. essas pessoas fascinantes para viver com riqueza e precisão. São pessoas que se conheciam muito bem e se encontraram em uma situação que nunca poderiam ter imaginado”, explicou o ator britânico em voga que, aos 49 anos, está ganhando uma popularidade que tem tem evitado ao longo de sua carreira.

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Se com "Outlander" ele conseguiu alguma atenção, com "The Crown" seu anonimato foi por água abaixo. "É verdade, não esperava que essa série chamasse tanta atenção para mim", admite. Este ano, Menzies aparece em dois papéis principais, como Edwin Stanton, o secretário de guerra de Abraham Lincoln, na série "Manhunt" da Apple TV+, e atualmente está no palco da peça teatral "The Hunt", uma adaptação do filme de 2012 de Thomas Vinterberg.

Um crime que chocou o mundo

O assassinato de Lincoln inspirou o best-seller do New York Times e o livro vencedor do Prêmio Edgar, 'Manhunt: The 12-Day Chase for Lincoln's Killer', escrito por James L. Swanson em 2007. A experiente showrunner Monica Beletsky ('Fargo', 'The Leftovers') adquiriu os direitos da obra para liderar uma série pela qual se obcecou por quatro anos; a história da busca por John Wilkes Booth após o assassinato de Abraham Lincoln.

Como estratégia, Beletsky opta por contar a história como se fosse uma série de detetives, mas com um pano de fundo, um Estados Unidos frágil que busca avançar após a guerra. O fato de os dois elementos estarem tão intimamente ligados ajuda a tornar seus sete episódios convincentes. "Quando tivemos nossas primeiras conversas, eu disse a Hamish Linklater, ator que interpreta Lincoln, que gostaria que este Lincoln não fosse um ícone ou alguém que você veria em uma estátua ou em uma moeda, mas sim o pai de alguém, o marido de alguém, o amigo de alguém, o chefe de alguém. Procurávamos uma versão doméstica e real do Presidente", apontou Beletsky.

Memoravelmente interpretado por Tobias Menzies, o amigo e secretário de guerra de Lincoln é Edwin Stanton, a figura central da série. Brilhante, obsessivo, mas com uma saúde frágil, ele lidera a investigação mesmo depois de estar confinado à sua cama por uma doença. Mas ele é a única pessoa capaz de localizar o assassino. E embora muitos livros tenham sido escritos e muitos filmes tenham sido feitos sobre este assunto, Menzies mergulhou no estudo do personagem como se não soubesse quem ele era.

"Foi uma investigação profunda de todos os envolvidos, tanto do elenco quanto da equipe de produção. Todos decidimos nos preparar em profundidade. Todos nós lemos, pesquisamos e mesmo quando estávamos no set, nossos diretores de arte buscavam a cena, para ver se estava documentada na história, para tentar fazê-la o mais correta possível. Acredito que todo mundo tem uma conexão com Lincoln em sua própria vida e esse sentimento se tornou muito evidente durante a produção, pois todos sentiam que estavam fazendo parte de algo especial e queriam honrar a história da melhor forma possível", explica Menzies.

O fato de a trilha de Stanton seguir um caminho imprevisível através de uma rede de simpatizantes confederados não ajuda o detetive, mesmo que Booth muitas vezes se comporte como se quisesse ser pego, começando com sua decisão de pular no palco depois de atirar em Lincoln. O mais surpreendente em 'Manhunt' é que o assassino, interpretado por Anthony Boyle, emerge como uma figura vil, mas humana. "Tenho que ser honesto, realmente gostei", diz Menzies sobre 'Manhunt'. "Estar na sala dos escritores e fazer parte das decisões narrativas foi ótimo".

A série é em parte um thriller e em parte uma lição de história, e se passa nos 12 dias seguintes ao assassinato de Lincoln em 1865, enquanto Stanton tenta localizar o assassino do presidente. Os episódios avançam e retrocedem, rastreando a história de uma época tumultuada onde os cismas ideológicos causados pela Guerra Civil continuam até os dias atuais.

Stanton, um advogado brilhante e estrategista, está no centro de tudo, colidindo com o sucessor de Lincoln, o presidente Andrew Johnson, em sua tentativa de preservar o legado do falecido presidente. Vamos atribuir isso a 'The Crown', onde Menzies interpretou a segunda encarnação do Príncipe Philip por duas temporadas, ou ao Emmy conquistado por esse papel que chamou a atenção dos produtores de 'Manhunt'.

"Acho que a chave do personagem é uma combinação de estoicismo e radicalismo", admite Menzies, ator especializado em representar homens encurralados por um tumulto de emoções que escondem sob uma superfície impassível. Ele é um desses poucos atores que consegue fazer a plateia sentir o que está pensando, porque seu talento lhe permite transmitir emoções sem dizer uma palavra. Menzies também tem uma habilidade especial para interpretar personagens históricos. Ele é atraído por papéis icônicos que as pessoas conhecem através dos livros de história, mas sua abordagem é única e diferente, pois transforma esses homens lendários para uma nova audiência. Digamos que ele os adapta para uma nova geração que pode não estar tão familiarizada com esses personagens icônicos.

“Acredito que devemos interpretá-los de uma forma real, o mais real possível. Obviamente, não há nada que eu possa fazer com o meu rosto. É o que é (risos) e obviamente tomamos algumas liberdades para elevar as decisões criativas. As imagens, as fotografias que temos de Stanton são muito grosseiras, então decidimos tomar algumas licenças a respeito. Acredito que, com a história, o realmente importante é que as pessoas entendam e sintam seus dilemas e sua perda. Que compreendam os desafios que esses personagens enfrentam nesse tipo de thriller político onde todos estão sob pressão. Acho que se você se aproximar da série com essa atitude, poderá entender os personagens, se aproximar deles e de suas vidas. Se isso acontecer, teremos acertado”, concluiu Menzies.

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