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Nintendo diz não ter previsão para traduzir jogos para o português

A diretora de marketing para a América Latina respondeu sobre a maior demanda dos fãs brasileiros

A Nintendo costuma ser bastante fechada quando se trata de compartilhar planos. A empresa tem uma política de não responder seguidores e solta novas informações apenas por comunicados oficiais, apresentações em vídeo (os Directs) ou publicações nas redes sociais.

Por isso, foi com surpresa que recebi um e-mail da assessoria da marca oferecendo uma entrevista com a diretora de marketing da Nintendo para a América Latina, Romina Whitlock. O tema principal foi o retorno da gigante dos videogames ao Brasil, com a importação do console Switch e seus controles de forma oficial.

Sem restrições de perguntas, o papo acabou sendo uma grande oportunidade de entender a estratégia da empresa no Brasil e buscar respostas para algumas das maiores aflições e críticas do público por aqui. A primeira notícia, porém, não é das mais animadoras.

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Questionada sobre a tradução dos jogos exclusivos da Nintendo para o português brasileiro, Romina afirmou que ainda não há novidades ou mesmo confirmação de que títulos como «Animal Crossing: New Horizons» e «Paper Mario: The Origami King» vão passar pelo processo de localização.

«É algo que não estamos prontos para falar porque não temos nenhuma novidade para compartilhar. Nosso time sabe o quão importante é a localização de jogos para qualquer usuário. Nós estamos fazendo o máximo que podemos internamente para que isso aconteça.»

A diretora na Nintendo disse ainda que o processo de tradução ocorre de uma forma mais global e um dos focos no momento para esta área são os títulos para celular – «Mario Kart Tour» e «Fire Emblem Heroes», por exemplo, possuem textos em português.

«Não engajamos ou comentamos nas redes sociais por uma política da firma, mas lemos e capturamos o feedback. Nós juntamos essa demanda e a enviamos ao Japão (matriz da Nintendo), como um alerta de que é algo requisitado pelo público brasileiro. Estamos trabalhando duro nisso!»

O longo caminho de volta

Indicativos de que a Nintendo retomaria as atividades no Brasil começaram em 2018, com a abertura da «Loja Nintendo» com opção de pagamento em cartão de crédito nacional. Depois, vieram os cartões com os jogos, vendidos em lojas de varejo e, em 2019, a empresa montou um estande na BGS (Brasil Game Show) – onde também participou da área restrita para negócios da feira.

De acordo com Romina, trazer o Switch ao país não foi uma tarefa fácil – ainda mais com a pandemia. «Quando lançamos o Switch, em 2017, sabíamos que queríamos voltar ao Brasil. Demorou um tempo por causa da complexidade do país, por isso fizemos as coisas em fases.»

Quem esteve no espaço da Nintendo na BGS pode não ter reparado, mas não havia nenhum console aparente ao público. «Eles estavam escondidos dentro de caixas porque, até então, nós só vendíamos os jogos no Brasil. Então seria contra as leis do país expor um produto que não estávamos oferecendo», explicou a diretora. «Nós trouxemos os aparelhos e depois tivemos que levá-los embora!»

A data de lançamento oficial, 18 de setembro, não era a inicialmente prevista, mas a pandemia acabou atrapalhando os planos da empresa. O console chegou ao país a R$ 2.999; já os jogos físicos não vieram.

«Nós temos uma estratégia totalmente digital no Brasil e o motivo, para ser totalmente transparente, é porque nós vendemos cartuchos, e eles são altamente taxados. O preço final seria tão alto para o consumidor que não fez sentido para trazermos. Por isso estamos buscando mais formas para que fãs tenham jogos digitais.»

Nintendo Switch Lite no Brasil

Considerando o sucesso no Brasil das últimas gerações de portáteis da Nintendo (o DS e o 3DS), perguntei para Romina sobre planos para trazer o Switch Lite – versão mais barata, com controle embutido e sem opção de jogar na TV. A resposta é que eles existem, mas não neste ano.

«Tudo o que estamos fazendo é de forma bastante prudente, cautelosa e devagar. Os planos existem, mas não vão acontecer até mais tarde em 2021, talvez na segunda metade do primeiro semestre», contou.

No momento, além do Switch tradicional, foram importados oficialmente no Brasil apenas pares extras do Joy Con (controle especial), por R$ 499, e o Pro Controller (controle mais próximo da concorrência), por R$ 549.

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