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‘Super Mario 3D All-Stars’ é ‘pacotão’ de clássicos direto ao ponto; leia resenha

Coleção adapta três primeiros jogos 3D de ‘Super Mario’ para o Switch, mas deixa a desejar no conteúdo extra

Quando a Nintendo anunciou “Super Mario 3D All-Stars”, a sensação de surpresa foi a que passou mais longe. O jogo já era esperado há meses, sendo mais uma vítima da série de vazamentos e rumores que atinge a indústria.

E mesmo com a boa notícia de se poder jogar três clássicos da linhagem 3D do bigodudo – “Super Mario 64” (1996), “Super Mario Sunshine” (2002) e “Super Mario Galaxy” (2007) –, a coleção frustra um pouco pela simplicidade.

Ao iniciar, uma rápida introdução nos leva ao menu, com seis opções para explorar. Primeiro, os jogos com as opções de línguas disponíveis no lançamento – nada de português! Depois, as trilhas sonoras, único conteúdo extra oferecido.

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Mesmo sendo portátil, talvez a era do discman tenha sido a última em que as pessoas consumiam música carregando um “trambolho” para lá e cá. Os álbuns poderiam (e deveriam) ser lançados nas plataformas de streaming, mas nada que uma pesquisa rápida no YouTube não resolva.

De resto, é isso. E não entendam errado, “isso” em si já é muito bom. O primeiro título, apesar de não ter sido adaptado para preencher toda a tela, roda com performance melhor que o original, de 24 anos, e nunca apresentou tamanha nitidez.

Sendo um dos primeiros videogames em 3D da história, “Super Mario 64” pode ser frustrante para novos jogadores, que precisam se acostumar a uma câmera dura e difícil de controlar. Quem busca todas as 120 estrelas terá desafios pela frente, mas a versatilidade na movimentação do personagem torna tudo mais agradável.

Já “Super Mario Sunshine”, em versão widescreen, é especial por ter seu primeiro relançamento fora do GameCube. O jogo é o que mais divide as opiniões do público, mas é a maior prova da vontade da Nintendo de experimentar com seu principal personagem.

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Aos navegantes de primeira viagem, a “mangueira”, artifício de combate e exploração, requer paciência. Após dominar o recurso, «Sunshine» garante diversão com visual e fases diferenciadas para serem exploradas.

«Super Mario Galaxy» traz algumas mudanças de jogabilidade, por ter sido criado para o Wii, console que sempre abusou dos controles de movimento. É também o jogo mais bonito e, se fosse lançado hoje, não passaria longe da qualidade observada em “Super Mario Odyssey” (2017), por exemplo.

A câmera em «Galaxy» é outra que pode confundir no começo, já que Mario se movimenta rapidamente em diferentes direções por planetas de diversos tamanhos. Quem encarar a introdução, porém, terá uma das melhores experiências da franquia.

Faltaram extras em ‘Super Mario 3D All-Stars’

A quantidade de conteúdo não disfarça que a Nintendo buscou o caminho mais fácil para lançar a coleção – seja pela pandemia, que atrasou os planos de toda a indústria, ou por uma maneira prática de faturar milhões de dólares.

A última grande compilação, em 2010, trouxe as primeiras aventuras 2D com um livro e um CD com músicas marcantes dos então 25 anos do “Super Mario Bros.” (1985). Esperava-se que o novo título honrasse melhor o aniversário de 35 anos de história.

No Brasil, só colecionadores mais apaixonados (e dispostos a pagar mais) devem buscar a mídia física, que chega mais cara – a empresa não quis importar jogos, apenas o console e seus controles –, com apenas caixa e cartucho. Na loja digital, ele sai por R$ 299.

Vale a pena? Para fãs de Mario, sim. A nostalgia é um dos grandes elementos da Nintendo e de forma justa, considerando a quantidade de clássicos lançados em seus consoles. De qualquer forma, quem quiser comprar não pode enrolar muito tempo, já que a empresa vai tirar o título de circulação no fim de março – quem garantiu pode continuar jogando, claro.

A decisão nos deixa especulando sobre os planos futuros da Nintendo para os jogos, mas enquanto nada é anunciado, essa é a única forma de aproveitar o início da era 3D de Mario na nova geração. Agora, se o caminho for mantê-los no limbo, como ficaram desde o lançamento do Switch, há mais de três anos, poderiam pelo menos ter colocado “Super Mario Galaxy 2” (2010) no pacote!

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