Com uma pegada de ritmos brasileiros, Gloria Estefan lançou seu 14º disco “Brazil305” na última semana. A cantora fez uma homenagem ao país com adaptações de grandes músicas.
O motivo do projeto ser voltado ao Brasil talvez seja explicado pela infância da artista. De origem cubana, Gloria foi criada nos Estados Unidos e ouvia músicas brasileiras com sua mãe. Com essa influência dentro de casa, a cantora desenvolveu carinho pelos ritmos, em especial o samba. E ela não ficou apenas na nostalgia, já que veio ao país no começo do ano passado para se aprofundar ainda mais na cultura e ter base para produzir suas músicas.
Recomendados
Jade Picon comemora os 28 anos do irmão com homenagem no Instagram
Príncipe Louis completa 6 anos: um retrato da sua vida real
Palavrão e Davi: Os destaques de Tadeu Schmidt no Conversa com Bial
Isso embalou seu novo álbum, que mergulha nos ritmos brasileiros e traz regravações de sucessos como “Rhythm Is Gonna Get You” e “Don’t Wanna Lose You”, que marcaram sua carreira. Um dos destaques é a regravação do jazz “O Homem Falou”. da artista Maria Rita, que virou “Un Nuevo Mundo” e também “Only Together” na voz de Estefan.
Mas é claro que o disco tem músicas inéditas, como “Cuando Hay Amor”, que teve seu clipe gravado em Salvador, dirigido pelo baiano Louri Rodriguez. A música fala sobre como o amor supera todas as dificuldades e diferenças e é inspirada no seu casamento de 42 anos com seu empresário.
O disco conta com 18 faixas e rendeu uma parceria com o cantor Carlinhos Brown, que virou amigo da cantora. Juntos, gravaram uma música inspirada na mãe do cantor, e detalhe, ela é em português.
Por que você esperou sete anos para lançar o álbum?
Este não era o plano. Nós gravamos entre 2016 e 2017, mas minha mãe ficou doente. Durante 33 dias, eu fiquei no hospital com a minha irmã. Nós pensamos que ela estava salva, mas não foi o caso. Foi uma perda tão grande que quando tentei gravar o álbum eu não consegui cantar, nenhuma voz saia, eu estava muito triste. Eu pedi paciência à Sony e levei um ano. Então a covid-19 apareceu, e teve o caso do George Floyd… O álbum atrasou por diversas razões, mas a música sempre encontra o melhor lugar e hora. Tudo acontece quando tem que acontecer.
Depois de tantos sucessos em sua carreira, como você vive o lançamento de “Brazil 305”?
Eu tenho vivido de forma diferente. Nos outros discos, eu não tinha tanto contato com a mídia e os fãs. Agora eu interajo direto, eles me escrevem, me falam do que gostam. Eu tenho bem mais contato, e isso é bom. Por causa da pandemia, nós temos procurado uma maneira de estar na mídia, e eu gosto disso porque estou na minha casa quieta, e não tenho que gastar meu dia inteiro em outro lugar. É mais íntimo poder se comunicar por vídeo chamadas. Eu tenho vivido isso de um jeito diferente, mas sempre com o mesmo sentimento de felicidade de poder oferecer algo para os fãs.
O que vamos encontrar no álbum?
Você irá ouvir músicas com arranjos espetaculares, como em “Mi Tierra”, “Abriendo Puertas” e uma música nova chamada “Hasta Siempre”. Um dueto com Carlinhos Brown, de quem virei grande amiga no Brasil e gravamos em Miami uma música chamada “Magalenha”, que foi inspirada na mãe dele. É um hino sobre a força das mulheres e é a única em português.
Como você vê a evolução da música latina?
Cada onda tem sua magia, o que encontro nesse gênero é que às vezes ocupam palavras fortes. Nunca imaginei ouvir esse tipo de palavra na música, mas também não acredito em censura. Você tem que deixar a música se expressar em todas as suas formas.
Como serão os próximos shows?
Eu posso fazer um show sem público, mas a energia que alguém compartilha em um show fará falta por muito tempo. Mas, com sorte, podemos estar de volta em breve. E será uma dupla celebração, não só de música, mas de poder voltar a ficar juntos.