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O legado e discoteca básica de Little Richard, o pai do rock

O rock’n’roll perdeu um de seus fundadores no sábado (9), vitimado por câncer nos ossos, aos 87 anos. Little Richard Penniman ajudou a introduzir a música negra nas paradas, influenciando gerações

Andy Lyons/Getty Images

“A wob bop a loo bop a lop bam boom… tutti frutti, oh rootie!” O rock’n’roll explodiu no ano de 1955 em todo o mundo. Enquanto nomes como Fats Domino, Elvis Presley, Chuck Berry e Bo Diddley faziam sucesso, o caçador de talentos da Specialty Records, Bumps Blackwell, foi incumbido da missão de encontrar o novo Ray Charles.

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E foi em Nova Orleans, no lendário Dew Drop Inn, que ele topou com um cantor e pianista de “jump blues”, incontidamente energético e assumidamente gay, chamado Little Richard Penniman. Soube, no ato, que aquele era o cara para a missão. A adrenalina enlouquecida e irreverente de Richard foi o ponto de ignição que definiu o rock’n’roll como o conhecemos, ontem e hoje.

Um dos principais arquitetos do rock, cujos vocais rasgados, piano pungente e inigualável empatia transformaram a música popular ao introduzir o R&B preto à América branca, morreu no sábado vítima de câncer nos ossos. Little Richard tinha 87 anos.

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Enquanto outros grandes nomes do R&B do início dos anos 1950 seguiam na mesma toada, ele inovou ao combinar a pura eletricidade vocal, velocidade rítmica, emoção à flor da pele e personalidade forte. Embora tenha sido um hitmaker por somente alguns anos, sua influência sobre a alma e as estrelas da Invasão Britânica da década de 1960 foi vasta, e seus primeiros hits continuam sendo os principais clássicos do repertório do rock.

Egresso da música gospel, enquanto crescia na Georgia, Little Richard, quando começou a gravar, surpreendeu com uma pegada de blues e R&B excepcionais, em grande parte devido à influência de Billy Wright e Roy Brown. “Tutti Frutti” foi a gravação que o revelou.

Depois, veio “Long Tall Sally”. Em 1956 e 1957, Richard desenrolou uma série de outros inconfundíveis clássicos – “Slippin’ and Slidin’”, “Jenny, Jenny”, “Keep a Knockin’”, “Good Golly, Miss Molly”, “The Girl Can’t Help It” – que permaneceram a base de sua fama. No final dos anos 1970, ele voltou às origens e passou a se dedicar à música religiosa. Mas, em meados dos 1980, não resistiu e abraçou novamente o rock. A essa altura, já era seguro presumir que ele não teria mais a mesma sagacidade de antes, porém continuou e continuará sendo um dos ícones mais coloridos do rock’n’roll.

DISCOTECA BÁSICA DE LITTLE RICHARD

“Here’s Little Richard” (1957)
Ouça: ‘Tutti Frutti’, ‘Rip It Up’ e ‘Long Tall Sally’

“Volume 2” (1958)
Ouça: ‘Keep a Knockin’’, ‘Good Golly Miss Molly’, ‘Lucille’ e ‘Girl Can’t Help It’

“The King of the Gospel Singers” (1962)
Ouça: ‘Joy Joy Joy’ e ‘Ride on King Jesus’

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