Um óculos que te leva do shopping JK Iguatemi, na zona sul, para uma animada cidade de São Paulo da década de 1940. Neste mês, a unidade do Voyager (espaço de experiências de realidade virtual) no centro de compras de luxo incluiu no seu catálogo o curta-metragem “A Linha”, premiado no Festival de Veneza do ano passado.
O filme brasileiro, dirigido pelo cineasta Ricardo Laganaro, desafia a própria tecnologia da realidade virtual ao priorizar observação à interatividade e buscar novos movimentos não comuns em jogos do gênero. “Quisemos fazer as pessoas se surpreenderem desde o começo. Ao contrário do cinema, o VR (sigla para “virtual reality”, ou realidade virtual no inglês) usa o corpo como ferramenta para que a experiência aconteça. O cinema esquece que existe um corpo”, explica o diretor. “Estamos acostumados a vivenciar histórias com o olho e com o ouvido. Quanto mais camadas forem envolvidas, mais nos sentimos presentes.”
Recomendados
Semana turbo do BBB 24: Pitel está preparada e define adversário no paredão
Isabelle e Matteus vão ficar no BBB 24? A resposta veio durante a festa
Fernanda abandona festa da líder e vai reclamar do BBB 24 no quarto gnomos
Em um espaço vazio do “parque de diversões virtual” que é o Voyager, a narrativa de “A Linha” começa no chão. O espectador sentado assopra um livro antigo – se não conseguir assoprar, como eu, a narradora dá uma força – e, depois de uma introdução, é convidado a se levantar. “A ideia era surpreender. Os movimentos nos jogos sempre foram relacionados à competição, à dança, ao esporte, mas em um romance não se espera isso.”
O ambiente escuro lembra um galpão, com janelas pequenas ao alto e uma grande maquete ao centro que imita a capital paulista na primeira metade do século passado. Espalhados no cenário, trilhos levam bondes, bicicletas e pessoas em uma rotina repetitiva. “A maquete foi uma solução que encontramos para contar a história em um espaço pequeno. Em poucos passos você atravessa toda uma cidade.”
Ao redor da mesa, diferentes botões ajudam o protagonista do curta a seguir seu trajeto, em uma crônica de amor de dois personagens cujos caminhos nunca estão sincronizados. “Pensamos em uma experiência de realidade virtual que não fosse apenas para o jogador. É uma trama sensível em um espaço acostumado com temas fantásticos, seja no espaço sideral, em campos de batalha ou em lugares desconhecidos.”
«A Linha» deixa o espectador imerso e comprometido por 15 minutos e finaliza com uma mensagem positiva de coragem para explorar o novo. O curta deixa a sensação de querer mais e o estúdio ARVORE, responsável pelo curta, já trabalha em um novo título. «Queremos colocar duas pessoas para assistir e interagir juntas em uma trama sobre a polarização, tema tão atual na nossa sociedade.»
Serviço
O Voyager do shopping JK Iguatemi dá acesso às experiências por períodos de tempo, custando a partir de R$ 19,90 (15 minutos, de segunda a quinta) a R$ 69,90 (60 minutos, de sexta a domingo). Além do curta-metragem, é possível jogar títulos em VR como o jogo de ação «Super Hot» e o musical «Beat Saber». Dois «escape rooms» baseados na franquia Assassin’s Creed são cobrados separadamente.
Voyager JK Iguatemi
Dias e horários: De segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 14h às 22h
Onde: Av. Pres. Juscelino Kubitscheck, 2041 – 3º piso – Vila Olímpia
Preços:
15 minutos: R$19,90 (de segunda a quinta) e R$29,90 (de sexta a domingo).
30 minutos: R$34,90 (de segunda a quinta) e R$49,90 (de sexta a domingo).
60 minutos: R$59,90 (de segunda a quinta) e R$69,90 (de sexta a domingo).
Escape: R$ 84,90 (de segunda a quinta) e R$94,90 (de sexta a domingo). Mínimo 2 pessoas para jogar Escape.
Idade: acima de 10 anos