Difícil imaginar as marchinhas de carnaval e os bailes dos jovens, entre as décadas de 1950 e 1970, sem a influência de Hélio Mendes e sua “big band”. Pianista, maestro, compositor e arranjador, o capixaba teve a trajetória pessoal e artística revisitada pela neta, Cínthia Ferreira, no livro “O piano e seu conjunto: vida e obra de Hélio Mendes”.
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A biografia percorre quase 40 anos de carreira do músico, até seu falecimento, em 1991. Dividida em fases, narra o processo de produção dos oito discos de Hélio e do conjunto, além do reconhecimento nacional, como o prêmio de Melhor Conjunto do país, em 1963, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Também detalha os projetos paralelos do artista e a dedicação à carreira solo, no final da vida.
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Após encontrar recortes de jornais, fotografias e documentos pessoais que o avô guardava, Cínthia deu início à pesquisa. Conciliou, a partir dali, uma experiência prévia com o jornalismo e o desejo de falar sobre o homem com quem viveu até os 10 anos de idade.
“Dei a sorte de ter amigos dele que me ajudaram, dando entrevistas e contando histórias. Todos me incentivaram, dizendo que [o trabalho] não era só sobre a banda, mas sobre a música local”, defende. Isso porque Hélio e o Conjunto estiveram na primeira leva de artistas capixabas que lançaram LPs por aqui, formato que só ganhou força nos anos 1950.
Segundo a jornalista, os críticos consideravam o estilo de Hélio bem particular, pois era capaz de tocar qualquer gênero ao piano – não havia diferença se era chorinho, samba ou bossa nova. Neles, destacavam-se nos acordes modernos e improvisados, ainda mais por serem feitos com a mão esquerda, algo incomum para pianistas.