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Após piada com Bolsonaro, Gustavo Mendes expulsa parte da plateia de show

O humorista Gustavo Mendes utilizou as redes sociais neste sábado, 31, para explicar o que aconteceu durante um show realizado em Teófilo Otoni, cidade do interior de Minas Gerais. Durante a apresentação de stand-up comedy, parte do público se sentiu incomodada com as piadas relacionadas ao presidente Jair Bolsonaro.

«É possível que você já tenha sabido o que aconteceu durante o meu show em Teófilo Otoni. Parte da plateia, insatisfeita com as piadas sobre Bolsonaro se sentiu no direito de dizer o que eu posso ou não posso falar nos meus shows. E isso nunca, amiguinhos, nunca vai acontecer, porque isso se chama censura e eu não vou aceitar essa tentativa de intimidação. Principalmente vindo de pessoas que se articularam para isso. O problema daquelas pessoas não eram as piadas políticas», disse o humorista em eu Instagram.

«Ora, eu sou Gustavo Mendes. Minha trajetória sempre foi de assumir posições com força e transparência, mesmo sabendo que isso incomodava muita gente. O humor é sempre oposição. Esse é o papel do artista e principalmente o do comediante: incomodar os poderosos. Onde estavam essas pessoas quando eu debochava da Dilma? Debochava do Temer?», questionou.

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«Eu amo meu público, mesmo aqueles que votaram no Bolsonaro, mas não vou me calar diante do que está acontecendo hoje no Brasil: os milhões de desempregados continuam sem ver nenhuma medida que lhes dê esperança; nossa maior riqueza – a Amazônia – sendo devastada e um governo que incentiva o desmatamento; a promessa de acabar com a corrupção e um governo que tem seus corruptos de estimação; milhões passando fome e um governo que nega a existência da miséria», afirmou Mendes.

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«Quem não está cumprindo o que prometeu não sou eu. Onde está o Brasil melhor que foi prometido? Violência, corrupção, desemprego, nepotismo; tudo continua e piora porque o presidente está sempre mais ocupado em causar polêmica que governar. As pesquisas mostram que os que consideram seu governo ruim ou péssimo já são 40%. Amigos, não sou eu que invento esses números, nem sou eu que faz o povo deixar de gostar desse governo. O pior inimigo do Bolsonaro é ele mesmo. E os que apoiam os erros dele», continuou.

«Isso que aconteceu contra mim, infelizmente não é um privilégio meu. É uma nova onda de intimidação à liberdade de expressão: Roger Waters do Pink Floyd e Cateano foram vaiados; Miriam Leitão foi impedida de lançar seu livro numa Feira; Gleen – que denunciou a Vaza Jato – sofreu foguetaço em Parati; professores são filmados por alunos que se acham no direito de ser uma patrulha ideológica; e por aí vai», relembrou.

«Você pode não gostar das minhas opiniões, mas não se deixe ceder à tentação do autoritarismo. Um Brasil melhor só vai construído num ambiente de tolerância e respeito. Exterminar a ideia contrária só cria a falsa sensação de uma unanimidade burra. Nenhuma piada ou crítica pode justificar censura à liberdade de expressão. Eu vou seguir firme, sendo o Gustavo Mendes que sempre fui», garantiu.

«Sei que pago um preço alto por isso, mas ao mesmo tempo eu tenho um lucro imenso. O lucro do amor sincero, dos que admiram o meu trabalho, mesmo que eventualmente discordando das minhas opiniões. E, principalmente, com a consciência tranquila de que eu estou do lado certo da história», finalizou. Em pouco tempo, Gustavo Mendes recebeu apoio de outros humoristas como Mauricio Meirelles, Yuri Marçal e Victor Sarro.

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