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Ocupação destaca faceta cineasta de Vladimir Herzog

Programação inclui exibição de filmes da Caravana Farkas dos quais Herzog participou Instituto Vladimir Herzog/Divulgação

É difícil ouvir o nome de Vladimir Herzog sem associá-lo, de imediato, à luta pelos direitos humanos. Sua morte nos porões da ditadura militar brasileira, em 1975, aos 38 anos, o transformou em ícone da liberdade de imprensa e exemplo das atrocidades das quais um regime autoritário é capaz.

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A Ocupação Vladimir Herzog, que abre nesta quarta-feira (14) no Itaú Cultural, se propõe a apresentar o jornalista para além dessa representação, destacando sua atuação na imprensa e, também, uma pouco conhecida faceta de cineasta.

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Essas foram as duas frentes encontradas pelos curadores enquanto pesquisavam o acervo de Vlado em busca de resposta a uma pergunta: afinal, o que fazia dele um jornalista importante?

“O [escritor] Zunir Ventura nos disse que ele foi um dos melhores editores de sua época. Além de ter um texto muito bom, ele era preciso na pauta, sabia analisar matérias, trabalhar contradições e provocar o repórter a não deixar passar nenhuma informação”, afirma Claudiney Ferreira, gerente do núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial.

O cinema estava nos planos de Herzog, que, à época de sua morte, preparava um filme sobre Canudos e Antônio Conselheiro enquanto reestruturava o jornalismo da TV Cultura. “Ele tinha o desejo de ser um profissional de cinema. Ele estava fazendo cursos e documentários e escrevia muito sobre isso”, completa Ferreira.

Fotos, cartas, projetos, reportagens e vídeos de diferentes acervos, como o minidocumentário “Marimbás” (1960), ajudam a contar essa história, além de também apresentar a vida pessoal do homenageado, que chegou ao Brasil aos 10 anos, ao lado da família, fugindo do antissemitismo de sua terra natal, a cidade de Osijek, hoje território croata.

A morte de Herzog – apresentada pela ditadura como suicídio – é lembrada em um núcleo especial fartamente abastecido por documentos. O mais recente é uma sentença da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, proferida no ano passado, condenando o Brasil por não ter investigado o caso adequadamente.

A Ocupação se completa com a programação do projeto Terças de Cinema, que, neste mês, exibe uma série de documentários produzidos durante a Caravana Farkas. Herzog participou de dois desses filmes, “Subterrâneos do Futebol” e “Viramundo”, que serão exibidos gratuitamente, no dia 20, às 19h.

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