Estrelado por Melissa McCarthy e Elisabeth Moss, “Rainhas do Crime” mal estreou nos cinemas e foi massacrado pela crítica. Isso não significa, no entanto, que o material que o inspirou não seja válido de atenção.
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Lançada nos Estados Unidos em 2014, pelo selo Vertigo, a graphic novel “A Cozinha: Rainhas do Crime” chega agora ao Brasil no embalo da adaptação cinematográfica.
A compilação reúne os oito volumes nos quais Ollie Masters e Ming Doyle imaginam uma inversão de gênero no controle da máfia irlandesa da região de Hell’s Kitchen, em Nova York, no fim dos anos 1970.
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Com a prisão de seus maridos criminosos, Kath, Raven e Angie se veem desamparadas e sem perspectivas de como pagar as próprias contas. É quando surge a ideia de elas mesmas fazerem a coleta da agiotagem capitaneada por seus pares.
Para serem respeitadas, no entanto, elas precisam impor uma força que nem mesmo elas imaginavam ter.
O trio rapidamente se vê extremamente eficaz nesse tipo de serviço, mas o crescimento dos negócios começa a ficar perigoso quando a máfia italiana vê o avanço delas como uma concorrência a ser eliminada.
Violenta e desbocada, a obra não poupa cenas de pancadaria, coação e assassinatos sanguinolentos. A inspiração mais evidente é no exploitation que invadiu os cinemas alternativos americanos nos mesmos anos 1970 nos quais a trama se ambienta.
O traço de Doyle evoca também outro hit setentista, mas da televisão. O visual do trio protagonista remete, de cara, aos looks das estrelas de “As Panteras”.
A ação dá a tônica de toda a graphic novel, que não perde tempo em justificativas psicológicas para as decisões tomadas por aquelas mulheres.
Elas simplesmente têm um problema e se viram para resolvê-lo sem imaginar as consequências, produzindo uma narrativa de leitura muito rápida.
No fundo, “A Cozinha” é uma história clássica de gângsteres, mas a simples troca de homens por mulheres como protagonista renova o interesse por esse tipo de trama ao mesmo tempo em que faz um comentário sobre igualdade de gênero sem perder de vista o caráter de entretenimento desse tipo de publicação.