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Selo, musical e streaming fazem homenagens a Nelson Gonçalves

Rei absoluto dos rádios nos anos 1940 e 1950, cantor de hits como ‘A Volta do Boêmio’ faria 100 anos nesta sexta-feira

Retrato feito em 1985 Folhapress/Folhapress

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Com sua voz grave e cheia de sentimentos extremamente humanos, Nelson Gonçalves (1919-1998) conquistou uma legião de fãs que nunca cansaram de idolatrá-lo.  Hoje é um dia especial para eles, já que a data marca o centenário deste que foi um dos mais populares cantores brasileiros – e há várias formas de celebrá-lo.

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A vasta discografia do artista foi restaurada e resmasterizada para entrar no ar, a partir desta sexta-feira (21), nas plataformas de streaming. São 35 álbuns, recuperados a partir das fitas originais, lançados entre os anos 1950 e 1992. Entre os títulos, estão “Noel Rosa na Voz Romântica de Nelson Rodrigues” (1955), “Sempre Boêmio” (1972) e “O Boêmio e o Pianista” (1992).

Responsável pela curadoria do projeto, o pesquisador Rodrigo Faour também elaborou playlists temáticas. Uma delas reúne músicas talhadas para o universo dos cabarés.

Outra novidade é o lançamento, pelos Correios, de um selo postal. O cantor surge em uma foto preto e branco e com uma inscrição, em dourado, onde se lê “Nelson Gonçalves – Centenário”. A tiragem é de 20 mil folhas, cada uma com 20 selos, no valor de R$1,30 a unidade, à venda em lojas dos Correios.

Musical

Tanto o romantismo da obra do artista quanto sua vida cheia de percalços inspiraram ainda um espetáculo musical, em cartaz até o próximo fim de semana no Teatro Gazeta.

Com direção de Tânia Nardini, “Nelson Gonçalves – O Amor e o Tempo” revela a trajetória do cantor de forma pouco usual.

Não há ninguém na pele do homenageado. Em vez disso, o autor Gabriel Chalita pôs Guilherme Logullo e Jullie para encarnar, respectivamente, a emoção e razão. “A gente pincela a história dele, mas no fundo fazemos um grande diálogo entre o amor e o tempo”, afirma o ator, que se apaixonou pela obra de Gonçalves durante a pesquisa para outro papel.

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Ele é também o produtor da peça, que costura 33 sucessos do rei do rádio ao longo de uma hora. “Optei por duas grandes questões da vida dele. Uma são os ‘nãos’ recebidos. A outra é a forma como ele enfrentou as drogas e se reergueu. Quis falar da dificuldade de começar e desse cair e levantar”, diz Chalita.

Para ele, o cantor é um tipo de artista que deveria ser mais valorizado hoje. “O Brasil esquece muito de seus ídolos. Os musicais biográficos estão ajudando um pouco [a lembrá-los], mas ainda somos muito tímidos nessa área”, conclui.

Serviço

No Teatro Gazeta (av. Paulista, 900, Térreo, Bela Vista; tel.: 3253-4102). Sex., às 21h; sáb., às 20h; dom., às 18h. R$ 80. Até 30/6.

Cantor vendeu mais de 81 milhões de LPs

Gaúcho de Santana do Livramento, Nelson Gonçalves cresceu em São Paulo e foi campeão de boxe antes de decidir superar a gagueira e se dedicar à música.

Isso o levou a se mudar para o Rio, onde foi reprovado em vários concursos de calouros até ser aprovado em um, em 1941, que o fez gravar um disco e se tornar crooner do Copacabana Palace.

Esse foi o início de uma trajetória de sucesso que o transformou em rei do Rádio, nos anos 1940 e 1950, com clássicos românticos como “A Volta do Boêmio”, “Naquela Mesa” e “Fica Comigo Esta Noite”.

Os hits o fizeram vender mais de 81 milhões de discos, tornando-o o segundo brasileiro mais vendido, atrás apenas de Roberto Carlos.

Com a Bossa Nova, ele perdeu espaço nos anos 1960 e se entregou ao álcool e às drogas, sem nunca parar de cantar.

Ao lado da terceira mulher, enfrentou depressão, tentou o suicídio, sofreu overdose e foi preso por porte de drogas, em 1975. O vício foi vencido cinco anos depois. Nelson Gonçalves morreu de infarto em 18 de abril de 1998.

Em São Paulo, sua filha Lilian o homenageou com a inauguração do Bar do Nelson, em Santa Cecília.

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