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Max Cavalera: “é o lance da nostalgia”

Nome fundamental do thrash metal, músico revisita álbuns clássicos do Sepultura ao lado do irmão e baterista, Iggor. A turnê, que acaba de lotar casas no México, passa nesta quinta-feira por Curitiba.

Você vive em Phoenix, no Arizona, desde 1992. O que há de tão especial nesta cidade?

O lance de Phoenix é que se trata de um lugar calmo. Tipo assim, a maior parte do ano estou fora do país. Fico na Europa uns quatro meses, depois vou pra Austrália por um mês, venho pra América do Sul, depois vamos pra Rússia… Essas turnês são longas, cara, então, quanto não tem turnê eu fico em casa. E Phoenix é bem relax, não é igual a Nova York e Los Angeles, aquela coisa de metrópole gigante. Parece cidade do interior. Uma das minhas casas é no deserto mesmo, aquele clima bem Jim Morrison, com cactus, cobras, o pôr do sol maravilhoso. Fico conectado com as montanhas, com a natureza e a música. Sempre faço música em Phoenix. É o meu lugar preferido para criar as coisas dos meus projetos, seja o Cavalera Conspiracy, o Soulfly ou o Killer Be Killed. Me dá uma grande tranquilidade.

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Como tem sido a repercussão de “Ritual”, novo álbum do Soulfly?

O “Ritual” está foda, cara. Já fizemos algumas turnês desse trampo nos Estados Unidos e tem uma agora na Europa, que começa ainda em junho. Vamos tocar em festivais com Tool, um monte de bandas de black metal, death e thrash. Gostei muito da produção do Josh Wilbur, e de como ficaram as músicas também, como “Dead Behind the Eyes”, “Ritual” e “The Summoning”. Mostra a verdadeira face do Soulfly, o lance do thrash e do death misturado com o tribal e o groovy, que eu curto pra caramba.

Você tem acompanhado a nova cena do metal brasileiro?

Sou fanzão de metal underground e gosto muito do Test. Sou amigo do João Kombi (voz, guitarra).

Fale um pouco sobre a proposta desse show com o Iggor. É diferente do Cavalera Conspiracy?

A verdade é que a gente resolveu comemorar esses dois discos muito importantes do heavy metal mundial, o “Beneath the Remains” e o “Arise”. E o legal é que eles nunca foram apresentados em conjunto. São as melhores músicas de cada disco no set list, compondo uma sequência super poderosa. Depois tem outras coisas que a gente toca no final, mas são brincadeiras nossas, covers de coisas que curtimos, Motorhead, AC/DC… Mas é diferente do Cavalera Conspiracy. Lançamos o álbum “Psychosis”, mas ainda não fizemos a turnê dele. Hoje à noite vai ser para comemorar mesmo, celebrar aquela fase de 1989 a 1991 do Sepultura.

Para muitos não existe Sepultura sem Max, muito menos sem o Iggor. Essa é uma forma de contentar os fãs das antigas?

Essa ideia, acho que é a coisa mais próxima de uma reunião do Sepultura original que os fãs terão, com a batera do Iggor e os meus vocais e guitarra. Da época pós-“Morbid Visions”, que era mais black metal. Fazemos justiça a esses discos, tocando de primeira linha e pagando uma honra. É o lance da nostalgia, de ficar conectado com os fãs. Na América Latina inteira tem rolado fãs no aeroporto, shows lotados em todos os lugares, e, pra muita gente que acha que não existe Sepultura sem Max e sem Iggor, é uma opção de poder ouvir o repertório desses discos na melhor forma possível.

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