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Google Arts & Culture lança mostra virtual com mais de 5 mil obras de Candido Portinari

‘Café’ (1935) integra o acervo do Museu Nacional de Belas Artes Divulgação/Google

A vida e a obra de um dos pintores brasileiros mais celebrados no mundo ganhou uma retrospectiva especial ao alcance dos dedos. Candido Portinari (1903-1962) é o mais novo homenageado pelo projeto Google Arts & Culture, responsável por organizar uma mostra virtual gratuita que reúne obras de arte, cartas e documentos do arquivo pessoal do artista plástico.

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Disponível no site g.co/portinari ou pelo aplicativo Google Arts & Culture (para iOS e Android), “Portinari: O Pintor do Povo”, reúne 20 exposições que totalizam mais de 5 mil obras digitalizadas. O trabalho é resultado de uma colaboração entre museus e instituições culturais liderada pelo Projeto Portinari, instituição gerida por João Candido, filho do pintor.

Mural ‘Guerra e Paz’ (1952), montado em Nova York, durante passagem pelo Rio

«Quando nós começamos, há 40 anos, não tinhamos ideia do paradeiro dessa obra. Foi um trabalho de formiga no mundo inteiro para encontrar tudo. Eu pensava que não ia viver para ver isso acontecer», contou João durante o evento de lançamento da mostra, na noite de quarta (5), na Pinacoteca, centro de São Paulo.

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Entre os destaques estão dez pinturas capturadas em alta resolução, como “Mestiço” (1934), “Lavrador de Café” (1934) e “Café” (1935).

Os famosos painéis “Guerra” e “Paz” (1952), em exibição na sede da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, também podem ser apreciados.

Cada exposição traz informações sobre a trajetória do artista e suas obras. Cerca de 15 mil documentos históricos ajudam a traçar um perfil de Portinari, com fotografias e cartas escritas por ele. O visitante também é convidado a conhecer sua casa em Brodowski, a 337 km de São Paulo.

Foi lá que o pintor nasceu e onde iniciou a carreira, trabalhando na restauração de igrejas aos 9 anos. Aos 15, ele se matriculou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio.

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Uma passagem pela Europa no final da década de 1920 fez Portinari voltar os olhos para o Brasil. “A partir daqui eu pude ver minha terra mais claramente – eu pude ver Brodowski como é. Aqui não tenho vontade de fazer nada”, escreveu o artista em uma carta enviada a uma amiga.

Em 1931, o pintor voltou ao país e colocou nas telas sua percepção do país, retratando momentos históricos, símbolos culturais, a natureza tropical e, principalmente, o povo. Segundo João Candido, 40% das obras de seu pai estão em coleções particulares, por isso a mostra digital foi uma forma de «devolver à sociedade» o trabalho de um artista que sempre se dedicou a representar o homem, sua cultura e suas desigualdades.

Divulgação/Google Divulgação/Google Divulgação/Google

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