O jornalista e professor Slava Malamud contou uma história no Twitter que deixou muitos fãs do sucesso da HBO, “Chernobyl” espantados.
De acordo com o homem que possui raízes Moldávia – território que faz fronteira com a Ucrânia e com a Roménia –, ele convidou seu padrasto para assistir a minissérie na TV e acabou descobrindo que ele trabalhou no desastre de Chernobyl, em uma área que foi chamada de “eliminação das consequências”.
“Eu estava lá e não quero mais assistir a isso”, disse o ex-tenente Vladimir Veytsman, que nunca havia dito uma palavra sobre isso antes.
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"No, I won't", he said. "Don't want to."
— Slava Malamud (@SlavaMalamud) May 28, 2019
"Why not? It's very well made and you can get the dubbed Russian version online..."
"Because I was there, that's why. And I don't need this again."
Turns out, my step-father, then Captain Veytsman, was sent to the Exclusion Zone in 1986... pic.twitter.com/jkF39fz7tl
Nos tuites, Malamud explica que em maio de 1986, duas ou três semanas após a explosão o enviaram como vice-supervisor do distrito para se encarregar de várias aldeias condenadas.
O trabalho dos oficiais era inspecionar veículos e pessoas, vigiar as estradas, realizar controle de animais e capturar intrusos. Ele disse que saqueadores se tornaram um grande problema depois de um tempo.
Veytsman ainda contou ao enteado que a exposição à radiação de todos os soldados foi registrada como 25 rem [0,25 Sievert], mas os medidores não chegaram a ser revisados por ninguém. Como ele aprendeu mais tarde, esta era a dose máxima de radiação permitida, mas ninguém sabe qual foi a real exposição. Isso aconteceu porque se alguém excedesse a dose máxima, não poderia ser enviado de volta e eles precisavam de trabalhadores.
O aposentado se recusou a falar mais sobre sua experiência em Chernobyl e explicou que nunca a havia mencionado porque “assinou um documento de sigilo” e isso é como “um juramento”.