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O que o Metro Jornal achou do fim de ‘Game of Thrones’

Reprodução/HBO

Você também ainda não conseguiu se conformar com o final de «Game of Thrones»?

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Desde domingo (19), o assunto nas redes sociais, em casa ou mesmo no trabalho, é o último episódio da série da HBO. Seja pela decisão de quem deveria governar Westeros ou pelo destino dado aos protagonistas, a história está fazendo jus ao fenômeno mundial que se tornou.

Na redação do Metro Jornal, muita gente passou os últimos anos citando «valar morghulis» também. Reunimos aqui algumas opiniões sobre o final de «Game of Thrones».

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Confira (contém spoilers!):

Amanda Queirós – editora do Metro São Paulo

“Pode-se questionar o desenvolvimento apressado da sétima e da oitava temporada, que deu mais ênfase à ação do que às intrincadas intrigas políticas que fizeram a fama de ‘Game of Thrones’, mas o que se viu foi um final coerente dentro do universo estabelecido pelos produtores David Benioff e D. B. Weiss.

Apesar das inúmeras casas e personagens que surgiram no meio do jogo político de Westeros, os Starks sempre foram os protagonistas da série e terminaram assim, com domínio de norte a sul e até além-mar. Os que estranham Bran como rei podem revisitar o primeiro episódio da série e ver que ele já estava no centro desde ali, mesmo que ainda haja várias perguntas não respondidas sobre seu papel como Corvo de Três Olhos e sua relação com o Rei da Noite.”

André Mags – subeditor do Metro Porto Alegre

«A gente não passou oito anos para encerrar a maior série da história como se fosse qualquer novelinha das nove, certo? Mas eis que o episódio final de ‘Game of Thrones’ gerou um maremoto de críticas, mesmo com seu sensacional epílogo. Faz todo sentido, já que, depois de uma obra de arte surpreendente como o episódio do Casamento Vermelho, o horizonte de expectativa estava alto demais.

Mas por que gostei do final, mesmo assim? Por diversos motivos, ainda que tenham ocorrido problemas – que não se limitam ao copo da Starbucks nem à garrafa plástica de água que apareceram de forma furtiva –, como a súbita consciência política do dragão ao queimar o trono de ferro, as mortes sem sal de Jaime e Cersei Lannister e o brochante destino de Arya Stark (talvez ela chegue no Brasil depois de cruzar o oceano desconhecido… seria melhor que Pedro Álvares Cabral?).

Então, por que foi bom? Porque Jon Snow, o cara que era para ser o rei, o gatão, o bonzão, ficará marcado como o herói fracassado. E atormentado pela pergunta: ‘Será que fiz certo?’, se questionou, ao matar seu amor, a maluca Daenerys Targaryen. Não seria uma questiúncula como a machadiana dúvida sobre a traição de Capitu? Meu Deus, que amargura para ser cultivada no frio do Norte. Agora me diga: que outro herói acabou assim os seus dias? Se pensar mais do que 20 segundos, é sinal de que ‘Game of Thrones’ terminou bem pra caralho.»

André Vieira – repórter do Metro São Paulo

«Essa é a opinião contaminada de alguém que ficou de saco cheio de ‘Game of Thrones’ antes do fim e considerou a oitava temporada toda um acúmulo de erros. Foi meio esquisito ver a pressa com que resolveram algumas trajetórias construídas com esmero, mesmo sabendo que a contradição é um elemento de muitos dos personagens. A relação tempo e espaço, mais uma vez, desapareceu. As viagens pareciam ser feitas de avião. A morte da Cersei foi muito sem graça. Não se esclareceu o que rolou no reino sem a Daenerys e o auge das bobagens, para mim, foi quando um prisioneiro, que segundos antes era um pária jogado no cárcere, define quem será o próximo rei.»

Pedro Nascimento – repórter do Metro Belo Horizonte

«A 8ª temporada de ‘Game of Thrones’ foi muito criticada por sua pressa em resolver problemas complexos e ignorar o desenvolvimento dos personagens. Mas o final conseguiu fechar as principais pontas soltas e ainda apresentar o que a série teve de melhor desde seu lançamento: o contexto político na corrida pelo Trono de Ferro.

Para Daenerys não havia outro caminho senão a morte, e a forma como ela ocorreu deixou claro que a personagem nunca enlouqueceu como diziam, dando um pouco de luz ao tão complexo personagem. Um final um pouco decepcionante para quem a acompanhou desde o início. O mesmo para Jon, que sofreu nas mãos dos roteiristas nesta temporada. O personagem interpretado por Kit Harington cumpriu sua função na história, mas na pressa não ficou claro o sentido de ter sido ressuscitado, nem seu propósito como legítimo herdeiro ao trono. Também não fez sentido o leal Verme Cinzento, tomado pelo ódio desde a morte de Missandei, tê-lo deixado vivo. Mas isso é algo que os livros – caso sigam a mesma narrativa – podem facilmente corrigir.

Feitas as devidas críticas, destaco como ponto alto desse final a participação de Tyrion e a maturidade dos roteiristas ao fugirem do óbvio. Depois de tudo pelo que Westeros passou, fazia sentido eleger uma nova linhagem de reis que acabariam brigando no futuro? Nesse sentido a série apresentou um ponto de realismo, até mesmo ao rir da democracia proposta por Sam.

Coube ao ‘duende’ a missão de reintroduzir todas as miudezas da política no final. E sua escolha por Bran, soou como uma metalinguagem que já vai deixar saudades nos fãs de ‘Game of Thrones’. ‘Não há nada mais poderoso que uma boa história’.»

Vinicius Arruda – repórter do Metro Vitória

«‘Game of Thrones’ teve um final decepcionante. Desde o primeiro episódio, a série tinha como marca registrada a profundidade dos seus personagens. Raras foram as vezes que se via uma ‘ponta solta’, tudo se conectava em um determinado momento. A última temporada vinha justamente para acabar com as dúvidas e teorias construídas no imaginário do telespectador. Foram dois anos de espera. A expectativa era alta. A entrega, no entanto, foi baixa. O que se viu foi um final amargo e sem respostas, diferentemente de toda a complexidade criada desde a primeira temporada. Uma jogada arriscada para a HBO que já confirmou spin-offs da série.»

Jennifer Tisovec – estagiária do Metro São Paulo

«A trama estava muito bem amarrada até a quinta temporada. Depois disso muitos pontos foram apenas jogados na história, sem um desenvolvimento ou explicação devida. Por exemplo, o Jon Snow era o herdeiro legítimo do trono, mas, com esse final, esse detalhe (nem tão detalhe assim) perdeu totalmente a importância. O final da Sansa foi o mais digno, respeitando todo o desenvolvimento da personagem e dando uma conclusão que encaixa perfeitamente na história da mesma (finalmente a Rainha do Norte!).

Quanto a quem terminou como rei, eu não gostei, mas, sinceramente, quem mais subiria no trono? Daenerys e Cersei mortas, Jon exilado, Sansa com o norte… Eles empilharam um monte de coisas no final, correndo para acabar em seis episódios, e essa era a única saída ‘aceitável’ que fez o mínimo de sentido sem ficar clichê. O final poderia ter sido muito melhor, bem mais desenvolvido, de modo a finalizar com o mínimo de coerência com as demais temporadas.»

Fred Lopes – estagiário do metrojornal.com.br

«Bran terminar como rei de Westeros não fez o menor sentido – e não porque ele não poderia ser elegível, mas porque os showrunners David Benioff e D. B. Weiss não souberam continuar desenvolvendo o plot dele. Até a sexta temporada, o mais novo dos Stark sempre recebeu destaque. Por exemplo, foi ele quem descobriu formas alternativas para se matar o Rei da Noite que fossem além da lenda do Azor Ahai (!). Mesmo assim, desde que o garoto se tornou o Corvo de Três Olhos (!!), parece que os roteiristas não souberam o que fazer com um personagem tão poderoso. Aliás, boa parte das críticas à série nas duas últimas temporadas giram em torno disso: os poderes de alguém só funcionam/aparecem quando é conveniente aos roteiristas, deixando a lógica de lado em vários momentos.

Dentro do que D&D construíram, fez sentido Daenerys morrer com um golpe daqueles – e ela era minha favorita ao Trono de Ferro desde 2012. Arya também recebeu uma boa finalização, não consigo vê-la como uma senhora ou uma amazona em Westeros, ela é transgressora demais para isso. Jon Snow, ou Aegon Targaryen (!!!), foi para a Patrulha da Noite guardar a Muralha de quê? Nem os Caminhantes Brancos, nem os mortos-vivos existem mais e o Norte – agora independente de Westeros – tem uma aliança de paz com os Selvagens. Aliás, o final de Sansa… Prefiro nem comentar.»

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