O cineasta Pedro Almodóvar revelou nesta terça-feira (7), em entrevista à revista «Vanity Fair», que sofreu tentativas de abuso sexual por «padres pedófilos» durante a infância.
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De acordo com o diretor espanhol, a sua experiência no colégio católico que estudava foi «atroz», já que na instituição «havia muitos abusos».
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«Uma experiência atroz. Fizeram de mim uma criança ignorante que passava o tempo cantando, com professores completamente inadequados para a tarefa. No colégio havia muitos abusos, especialmente entre as crianças mais novas. Eu tinha 10 anos e passava 24 horas por dia com meus colegas. No dormitório, à noite, conversávamos sobre nossas experiências, e pelo menos 20 crianças que viviam no colégio foram assediadas», contou Almodóvar.
O espanhol também revelou que sofreu tentativas de assédio, mas o cineasta «sempre conseguia escapar».
«Também tentaram comigo, mas eu sempre conseguia escapar. Havia um padre que sempre me dava a mão no pátio para beijá-la, mas nunca beijei aquela mão. Sempre fugi pelas arcadas do claustro.
Quando eu estava sozinho, não andava, mas corria», disse Almodóvar.
O premiado cineasta também revelou que os rumores dos abusos ultrapassaram as paredes do colégio, mas nenhum dos religiosos foram punidos. Segundo o espanhol, os sacerdotes foram enviados a um internato para adolescentes.
Almodóvar contou que os padres ajudavam uns aos outros e na única vez que falou sobre o assunto, durante uma confissão na igreja, o padre pediu ao espanhol «entender» e «não falar com ninguém» sobre as tentativas de abuso.
«Eu não sei se o Papa está realizando uma revolução ou se ele não está fazendo nada. O que eu sei, é que ele não está fazendo o suficiente. Não apenas contra o abuso, mas também com tudo o que tem a ver com a sexualidade dos padres», criticou o diretor.
Com quase 70 anos de idade, o filme «Pain and Glory», dirigido pelo cineasta espanhol, está concorrendo para vencer o principal prêmio do Festival Internacional de Cinema de Cannes, a Palma de Ouro.