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Lollapalooza: ‘Estamos matando pessoas porque pensam diferente’, diz Lenny Kravitz, headliner de sábado

Antes de chegar ao Brasil, onde se apresenta neste sábado (6) como headliner do Lollapalooza 2019, Lenny Kravitz passou por Colômbia, Peru, Chile, Argentina e Paraguai.

Autor de hits como «Are You Gonna Go My Way», «Mama Said», «It Ain’t Over ‘Til It’s Over» e «Fly Away», ele apresenta também repertório baseado em «Raise Vibration»,  álbum lançado em 2018.

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Em Bogotá, onde iniciou sua turnê latino-americana, Kravitz falou com o Metro Internacional e explicou porque pediu que a classificação indicativa permitisse a entrada de crianças abaixo de 12 anos no show colombiano.

O que representa seu álbum mais recente, lançado há seis meses?

A vida se transforma e com ela também as pessoas. Nesse sentido, um músico não pode ter uma única forma de fazer seu trabalho, e, ao menos para mim, cada álbum representa um momento da minha vida. Respondendo à pergunta, este disco representa através da música simplesmente tudo o que a minha vida é neste momento. Para mim, o sucesso não significa vender milhares de cópias ou estar bem posicionado nos rankings. Para mim, o sucesso está em me expressar através da música.

Menores de 12 anos puderam assistir a seu show em Bogotá a seu pedido. Por que é importante para você que a crianças assistam a seu show?

Para que elas sintam a música, o amor e  vejam e sintam as melodias feitas por músicos de verdade, mestres em diferentes instrumentos. Quero que compreendam que o rock é amor. A mensagem que quero passar com meu show é que o amor é o sentimento supremo. O amor pelos outros e, especialmente, o amor de Deus.

Como você equilibra os sucessos do passado com as músicas mais recentes nos shows?

Jamais vou me cansar de tocar as canções mais antigas, isso sempre é um presente para mim. Primeiro, gosto delas e as carrego no coração. E, em segundo, isso é o que o público quer. E adoro que peçam pelas músicas e gostem delas assim como eu. Eu estou feliz em tocar o que as pessoas querem e, claro, este novo disco também é muito especial para mim, me permitiu cumprir sonhos, como por exemplo conhecer lugares em que nunca estive antes. Não precisam se preocupar, vocês vão ver meu novo lado, mas também escutarão os clássicos.

Você pensa em inovar para se manter relevante e atrair novas gerações?

Na verdade eu não penso em inovar, penso mais em ser eu mesmo, em ser autêntico e mostrar quem sou eu com minha música. E acredito que isso funcionou, pois cada vez mais encontro um público jovem em meus shows. Eu tenho uma visão romântica sobre isso. Eles conheceram minha música mais tarde, assim como aconteceu comigo, descobrindo Jimi Hendrix e John Coltrane.

Além disso, as novas gerações são exigentes, identificam m…. a quilômetros de distância, podem identificar facilmente o que é falso. O único caminho é mostrar-se de maneira honesta.

Quando você tem uma grande carreira e viu vários grandes artistas sendo populares durante um período e logo depois serem esquecidos, percebe que o que realmente importa não são os rankings ou os prêmios. Ser feliz, se divertir, sem seguir as tendências é que é importante. Muitas vezes seguir a corrente torna carreiras obscuras e eu também vi isso em meus grandes ídolos. A chave para não cair no abismo é nunca se entregar a uma tendência e se manter firme na própria essência.

Para algumas pessoas, a sua música é sinônimo de sensualidade. É intencional? 

Acredito que não é apenas sensualidade o que há em minhas canções, ainda que seja uma parte importante. É que, ainda que a base seja sensual, quando você aprofunda um pouco mais encontra o espiritual e, finalmente, essa combinação converte a música em algo mágico, que te transporta. A sensualidade na música é um aspecto muito importante e não tem porque negar ou tentar esconder isso. Mas isso não é sensualidade, é amor. As diferentes maneiras em que se pode amar. Ainda que a sensualidade esteja implícita, há muito mais no caminho do amor.

A música sempre deixa uma mensagem. Sendo assim, qual a sua maior preocupação neste mundo?

Tem tantas coisas… A primeira coisa que me vem à mente é a maneira como estamos destruindo o mundo. A pior parte é que nós sabemos disso, pensamos sobre o assunto, mas fazemos pouco para consertar  os problemas. Me dói a maneira como destruímos os outros e a nós mesmos e tudo porque não entendemos as diferenças. A realidade é que a beleza está nas diferenças. De personalidades, raças, gostos, culturas. Não há nada mais lindo do que aprender com outras pessoas, mas atualmente estamos matando outras pessoas porque pensam diferente e isso, sem dúvida, me aterroriza.

SERVIÇO:

Lollapalooza 2019 – De sexta (5) a domingo (7), no Autódromo de Interlagos

Lenny Kravitz se apresenta neste sábado, às 18h20, no Palco Budweiser

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