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Lollapalooza: Letrux desponta no cenário indie nacional com performances energéticas – leia entrevista

Divulgação/Sillas Henrique

Letrux é Letícia pós Letuce. Letícia Novaes, mulher, carioca, poeta, compositora, atriz, cantora. Após oito anos integrando a banda Letuce, encerrada em 2016, ela voa solo assumindo uma identidade banhada pelo amor, o sexo, a dor, e um intenso vermelho.

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Em 2017, nasce o disco Em Noite de Climão – o «climão» que pode não estar nos dicionários, mas que todos sabemos perceber. É a tensão, a energia incomum que pode ser sentida ao escutar as onze faixas, que alternam entre um som misterioso e introspectivo e uma explosão dançante, mas sempre com muita dramaticidade. Letrux cria uma verdadeira performance musical liderada pela própria persona, que pode gerar estranhamento de primeira, mas logo envolve o ouvinte.

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Nos palcos, a performance vira espetáculo. A produção, os figurinos e a ambientação dos shows de Letícia consolidam sua reputação como uma das artistas de maior crescimento e potência na cena indie, e sua energia criativa é o que dá o toque principal. Nesta semana, o público paulistano vai poder experienciar este fenômeno no festival Lollapalooza, onde ela se apresentará domingo.

Letícia volta a São Paulo direto de Portugal, onde faz turnê e também lançou seu primeiro livro de poesias, «Zaralha: abri minha pasta». O Metro conversou com a artista sobre suas paixões, criatividade, e sua participação no Lolla 2019.

Você está em Portugal agora, e diz ter muita paixão pela cultura portuguesa, especialmente pela fala. De onde vem esse gosto?

A primeira vez que fui foi em 2013 mas desde antes, Fernando Pessoa já passeava pela minha predileção, mas quando cheguei em 13 foi forte demais, fiquei muito hipnotizada com a prosódia, a escolha das palavras pra formar uma frase, e aí fui conhecendo novas poetas e me apaixonando, como sou com a Adília Lopes.

E você consideraria uma mudança permanente para essas terras?

Por enquanto não, mas num futuro, quem sabe? Amo muito, e ainda têm as praias lindas, que amo muito também e não posso viver longe do mar, não dá certo pra mim.

Em Portugal, você também lançou um livro de poesias. O que tem nas suas poesias que não vemos nas suas canções, como Letrux? Tem alguma diferença entre elas?

Acho que minhas poesias tem qualquer coisa mais infantil que talvez nas letras não tenha, não sei, tô só levantando suspeitas mesmo (risos).

De onde vem a sua persona, sua energia, sua criatividade no palco? Você é, naturalmente, uma pessoa energética e expansiva?

Sempre fui inquieta, atacada, criativa, desde criança, e tive a sorte de ter pai e mãe que me ajudaram a me guiar nisso tudo, minha mãe que me matriculou no teatro, e meu pai sempre foi muito animado pra ouvir música, tocar violão, cantar. E minha mãe também sempre fui muito criativa com seus bilhetes, seu jeito peculiar de falar, tenho a quem puxar. Sou expansiva, mas também tenho meus dias de embrionar, e tudo bem, com equilíbrio tudo dá.

Você já está promovendo o Em Noite de Climão há mais de um ano, e seu próximo lançamento está previsto para 2020, certo? Você já tem trabalhado em material ou identidade para ele, algo que possa nos contar sobre?

Ainda estou gerando o próximo trabalho e tal qual filho, eu mesma não posso dizer a cara, porque não sei, só espero que tenha muita saúde!

O seu estilo de criação e de produção costuma ser mais lento? Você é do tipo que senta e termina uma música em meia hora, ou tende a trabalhar de forma mais extensa em cada letra e canção?

Tudo pode acontecer. Há músicas que demoram anos pra desenvolver uma simples frase. Há outras que vem tudo, do início ao fim. Não tenho regras, deixo fluir. Claro que sou disciplinada e não fico só esperando a inspiração, mas não tenho métodos exatos, há fases e dinâmicas e eu vou fluindo.

A Letrux é muito frequentemente citada em listas e recomendações de artistas poderosas em ascensão no Brasil, e hoje temos muitas mulheres de personalidade e voz marcante em atuação no país. Você já trocou experiências ou ideias com alguma outra? Quais mulheres tem inspirado mais seu trabalho e sua vida atualmente?

Estamos constantemente em conexão com várias artistas mulheres, seja em festival ou em projetos paralelos, sempre um prazer esbarrar com a Salma (Carne Doce), a Liniker, Karina Buhr, Luedji Luna, Maria Gadú, Xenia França, amo muito e admiro todas imensamente. Sempre trocamos experiências, faz bem, ajuda, acalanta. Eu ando ouvindo muito uma cantora chamada Michelle Gurevich, ando vidrada.

Leia a entrevista do Metro Jornal com a frontwoman da banda Carne Doce, Salma Jô

Para o palco do Lolla nesta semana, que emoção você pretende trazer?

Ah, sou bem emotiva, e tocar num festival desse porte já sei que vai ser emocionante, vou com tudo!

Algo a mais que queira falar para nós?

Talvez tenha uma música em latim no próximo disco, risos. Tá tudo tão retrógrado que dei pra brincar de latim! (risos)

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