Ao longo das últimas décadas não foram poucos os atores que ousaram envergar máscara, capa e orelhas pontiagudas para enfrentar o crime em Gotham City. Entre os mais emblemáticos está Adam West que, ao lado do Menino Prodígio interpretado por Burt Ward, demoliu o mito do herói soturno dos quadrinhos com a telessérie de humor cheia de onomatopeias exibida nos EUA entre 1966 e 1968 e reprisada aqui até o início dos anos 1980.
As piadas infames e as interpretações canastronas da Dupla Dinâmica causaram um estrago enorme na imagem do Morcegão. Foram necessários mais de 20 anos até que, pelas mãos do diretor Tim Burton, o herói resgatasse a dignidade com um improvável e desqueixado Michael Keaton honrando a fantasia em “Batman” (1989) e “Batman: O Retorno” (1992). Mas, como aprendemos no cinema, alegria de morcego dura pouco.
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Sem Burton, mas com Joel Schumacher atrás das câmeras, tivemos de engolir Val Kilmer em “Batman Forever” (1995) e um constrangedor George Clooney naquele que é talvez o pior filme do Homem-Morcego, “Batman & Robin” (1997), sim, aquele das ‘tetinhas’…. E lá se foi Bruce Wayne chorar em posição fetal na Batcaverna mais uma vez.
A tragédia só seria redimida com a pretensiosa trilogia de Chistopher Nolan, tendo por trás da máscara o mutante Christian Bale. “Batman Begins” (2005), “O Cavaleiro das Trevas” (2008) e “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (2012), ainda que desiguais, foram suficientes para, mais uma vez, tirar o morcego da sombra e acender o Batsinal da DC.
9,6 bi de dólares (aproximadamente 37,25 bilhões de reais) é a fortuna estimada de Bruce Wayne segundo a revista americana Forbes
Animada, a editora dobrou a aposta e jogou nos braços anabolizados de Ben Affleck a tarefa de montar uma liga capaz de bombar a sua franquia de heróis. Vieram então “Batman vs Superman: A Origem da Justiça” (2012) e “Liga da Justiça” (2017) até que Affleck entregasse a chave da mansão Wayne e fosse cuidar da vida. Na falta de músculos reais, coube à versão Lego do herói (com voz de Will Arnett) enfrentar sozinho o Coringa.
Mas dentre todos os atores que ousaram encarar o Morcegão, faltou o único capaz de dar vida ao herói amargurado e fora de controle criado por Frank Miller em sua genial HQ “O Cavaleiro das Trevas”, de 1986. Como muitos, torci para que Clint Eastwood assumisse o volante do Batmóvel e botasse o chato do Superman para correr. Não rolou. E foi assim que acabamos sem o melhor Batman que poderia ter existido.
A evolução do escudos
A estreia – Detective Comics 27
Lançada em março de 1939 (apesar de a capa estampar o mês de maio), a HQ mais rara – e cara – do mundo traz Batman lutando contra assaltantes. A origem dele só seria explicada no número 33 (novembro de 1939).
Os criadores
Bob Kane criou Batman, mas o herói usava vermelho e tinha asas. Foi Bill Finger que sugeriu o visual atual, mas ele só recebeu o crédito em 2014, 40 anos após sua morte.
Ouvido de morcego
A DC elaborou uma playlist com 891 temas do herói:
- The Batman Theme – Danny Elfman
- Batman Beyond – Kristopher Carter
- Batdance – Prince
- Revolution – R.E.M.
- Lazy Eye – The Goo Goo Dolls
Confira as demais músicas diretamente na playlist do Spotify.
Grandes histórias
Batman é o único que tem duas de suas histórias entre as 10 melhores HQs do mundo escolhidas pelo site Comic Book Resources, «O Cavaleiro das Trevas» e «Ano Um».
- O Cavaleiro das Trevas – De Frank Miller, mostra um Batman louco tentando matar o Superman.
- Ano Um – Recriação de Frank Miller das origens do herói e do comissário Gordon.
- A Piada Mortal – Alan Moore narra as origens do Coringa com cenas de violência bruta.
- Morte em Família – História em que o Batman tem que lidar com a morte de Robin (Jason Todd).
- Asilo Arkham – Recriação de Alice no País das Maravilhas com Coringa como o Chapeleiro Maluco.
Só a armadura do Homem-Morcego custaria US$ 4,6 milhões para ser feita
Os inimigos
Assim como Batman não tem poderes, a maioria dos vilões usa também só a loucura como arma.
- Coringa (insanidade com gracejos)
- Duas Caras (morte em cara ou coroa)
- Mulher Gato (ladra sedutora)
- Charada (resposta errada, morte certa)
- Pinguim (guarda-chuva com laser)
- Hera Venenosa (ecoterrorista com poderes)
- Talia al Ghul (paixão demoníaca)
O cinto de utilidades
Equipado com jato de fumaça, laser, cordas de aço e granadas, o cinto apresenta aqui os lançamentos do herói previstos para este mês.
- “Cavaleiro das Trevas, edição definitiva” – Frank Miller (516 págs, R$ 94)
- “Cavaleiro branco” (nº 8 de 8) – Sean Murphy (36 págs, R$ 7,50)
- “Batman: A Tumba do Rei Tut” – José Luis García-López (132 págs, R$ 39)
- “Trindade: Renascimento – Volume 3” – Rob Williams (116 págs, R$ 10)
- “Batman ‘66 – vol 1 – luzes, câmera e ação” – Jeff Parker (128 pág, R$ 27,38)