O respeito que o diretor Jordan Peele conquistou em “Corra” (vencedor do Oscar de melhor roteiro original no ano passado) se concretiza agora com “Nós”, que chega nesta quinta-feira (21) aos cinemas. Assim como em seu filme anterior, o terror e o suspense conduzem a trama – o próprio Peele usou as redes sociais no início desta semana para confirmar que “Nós” é, sim, um filme de terror. Mas, como no longa anterior, o cineasta vai bem mais além dos sustos e personagens macabros.
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A trama oferece tantas camadas e simbologias que as leituras certamente serão múltiplas – o que só deve aumentar a curiosidade em relação ao filme. Logo na abertura, por exemplo, já há uma sinalização importante: a de que nos subterrâneos dos Estados Unidos existem vários túneis, a maioria deles abandonados.
A história começa nos anos 1980, quando a garotinha Adelaide se perde dos pais e vive um momento de pavor em um parque de diversões no litoral da Califórnia, o que a deixou traumatizada.
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Nos dias atuais, Adelaide (personagem de Lupita Nyong’o) volta à praia do passado com o marido, Gabe (Winston Duke), e os dois filhos. Apesar da empolgação dele com a casa e o novo barco, ela não consegue se sentir bem com as lembranças do que viveu. Não demora para que os maus presságios da protagonista tomem uma forma assustadora: uma família de sósias, que sai das sombras dispostas a se vingar por tudo o que lhes foi negado.
O confronto entre os duplos, seja entre as crianças ou entre os adultos, tem todos aqueles requintes de crueldade típicos dos filmes de terror, com perseguições, perfurações, tesouradas, muito sangue e escuridão.
O filme também coloca frente a frente o que podem ser as duas facetas de uma mesma pessoa: um lado dócil e respeitoso e outro monstruoso. Sósias e originais são vividos pelo mesmos atores, num jogo de interpretações que é o grande trunfo de “Nós”. No material de apresentação do filme, o diretor Jordan Peele oferece elementos sobre a construção do roteiro, também de sua autoria.
“Gosto da ideia de nós mesmos sermos nossos piores inimigos. É uma verdade que, no fundo, todos nós sabemos, mas gostamos de esconder. Neste filme, o monstro tem os nossos rostos.” Ou seja, um prato cheio para os analistas da vida.