Sem muito barulho, «Se a Rua Beale Falasse» integra a temporada de premiações como um dos melhores filmes do ano. Com apenas três indicações ao Oscar, foi no Spirit Awards – prêmio de cinema independente – que o longa de Barry Jenkins recebeu seu verdadeiro reconhecimento, saindo de lá com o prêmio máximo neste sábado (23).
ANÚNCIO
Leia mais:
Crítica: ‘Infiltrado na Klan’ reconta história de policial negro que investigou KKK
Crítica: Contradições absurdas dos EUA são expostas em ‘Green Book: O Guia’
O filme é baseado no romance homônimo de James Baldwin (leia a crítica do livro) e conta a história de Tish (Kiki Layne), uma jovem grávida que luta para livrar seu marido, Fonny (Stephan James) da cadeia, acusado injustamente de estupro.
Recomendados
Netflix: o encantador filme que adoçará a sua vida
3 dramas coreanos em que a protagonista é mais velha que o protagonista masculino
Todas as pistas que denunciariam a gravidez de Kylie Jenner com Timothée Chalamet
O racismo é praticamente um personagem: é ele quem impede a união dos amantes e priva mais um filho da presença paterna. Contudo, ele tem cara, como Jenkins faz questão de nos mostrar, quando expõe a violência policial ou mesmo a omissão da falsa vítima.
«Se a Rua Beale Falasse» é duro como «Moonlight», obra anterior do diretor, mas, ao mesmo tempo, poético como «La La Land», seu concorrente na última edição do Oscar. Layne e James se destacam em seus papéis e mereciam todas as indicações por atuação. Regina King, que interpreta a mãe da protagonista, também entrega uma boa performance.
O grande trunfo do longa, contudo, é a trilha sonora. Ela é responsável por amenizar os socos no estômago que levamos a cada injustiça cometida contra Tish e Fonny. Além disso, a direção de Jenkins também aproveita cada microexpressão de seu elenco, ora com closes no rosto dos atores, ora com planos abertos e tomadas lentas – sem ser piegas.
Assista ao trailer de «Se a Rua Beale Falasse»: