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‘The Umbrella Academy’: nova série da Netflix aborda super-heróis extremamente mundanos

Na última década, filmes e séries inspirados em super-heróis dos quadrinhos se tornaram um gênero com fórmula já um tanto batida.

A adaptação de “The Umbrella Academy” para a TV, porém, busca injetar gás novo no segmento ao apostar em uma história na qual poderes e efeitos especiais importam bem menos do que as relações que os personagens estabelecem entre si. A produção estreia nesta sexta-feira (15), na Netflix, sob forte expectativa.

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Lançada em 2007 pelo músico Gerard Way e o quadrinista brasileiro Gabriel Bá, a publicação venceu o prêmio Eisner – o Oscar dos quadrinhos – ao acompanhar os desentendimentos de uma família disfuncional capitaneada pelo ricaço Hargreeves.

Ele adota sete crianças com superpoderes, todas nascidas no mesmo dia, em diferentes partes do mundo, de mulheres sem qualquer sinal de gravidez prévia. O pai as coloca para combater o mal ainda adolescentes, gerando traumas que vão reverberar no futuro.

A série começa quando os irmãos, já na casa dos 30 anos, são obrigados a se reencontrar por causa da morte do patriarca, o que reabre velhas feridas. No fim das contas, eles precisam dar um jeito de permanecerem unidos para evitar um apocalipse previsto para dali a poucos dias.

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“É só por acaso que esses personagens são super-heróis e precisam salvar o mundo. O foco são essas pessoas com muitos problemas com os quais o público pode se identificar”, diz Bá.

“O que eles mostram é que até podemos tentar nos afastar dos nossos problemas, mas eventualmente eles voltam para nos atormentar. Acho que a principal mensagem, e que tem paralelo no mundo de hoje, é que eles são mais fortes juntos do que sozinhos.”

Há duas séries dos quadrinhos já publicadas no Brasil, pela Devir, e a terceira está atualmente em curso nos Estados Unidos. O plano de Way e Bá é desenvolver um total de oito histórias – e eles não temem darem uma de George R.R. Martin, que viu a trama da série de “Game of Thrones” ultrapassar a dos livros nos quais é inspirada.

“Pode acontecer, a série pode tomar vida própria. Mas temos uma boa chance de estar à frente se nos mantivermos focados”, diz Way.

Ver “The Umbrella Academy” nas telas é um sonho antigo da dupla, que está feliz com a série. “Tivemos sorte que demorou para acontecer, porque tudo melhorou e o público está mais confortável com o gênero, pronto para ver os heróis esquisitos que criamos”, conclui Bá.

Tom humano atraiu atores

Interpretar um super-herói é algo divertido, mas não é tudo para um ator. Para o elenco de “The Umbrella Academy”, estar na série representou viver essa experiência de uma forma mais significativa. “O sucesso dos super-heróis tem a ver com o desconhecido. Um lado de nós adora coisas como o poder de voar ou ficar invisível”, afirma Emmy Raver-Lampman, que vive Allison, a irmã nº 2.

“Todos eles são seres humanos com falhas e fraquezas. Sim, estamos dentro desse gênero, mas a série é muito mais profunda do que isso”, diz Tom Hopper, intérprete de Luther – o irmão nº 1.

Apesar de a história se passar em um tempo e uma cidade indefinidos, o ator diz crer que há mensagens importantes na trama que se comunicam diretamente com os dias de hoje. “Cada personagem tem uma questão individual. Eles foram crianças forçadas desde muito cedo à vida adulta, enfrentam ansiedade, depressão… Esses são problemas com os quais todo mundo lida”, afirma ele.

Tudo isso pode apontar para uma produção um tanto soturna, mas não é o caso: “The Umbrella Academy” honra suas origens nos quadrinhos e dosa as cenas de drama com ação e humor. “Isso é que torna o roteiro tão legal. Há profundidade, mas também um humor brilhante, porque a vida é assim”, diz Hopper.

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