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Peça Babylon: Beyond Borders é encenada em quatro países ao mesmo tempo

Quando as luzes do Teatro Anchieta se apagarem nesta terça-feira (12), às 17h, o público vai dividir a experiência de ver “Babylon: Beyond Borders” com gente em Nova York, Londres e Joanesburgo, tudo ao mesmo tempo, mas sem sair de São Paulo.

O público verá, independentemente de onde estiver, a mesma montagem, dividida entre atores em cada um desses lugares, e transmitida via streaming em tempo real.

O projeto partiu da inglesa Ruthie Osterman, do Bush Theatre. Inspirada pela Primavera Árabe e os desdobramentos que esse movimento tomou em outros países, a diretora pensou em uma montagem capaz de cruzar fronteiras para falar sobre migrações.

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A partir disso, o brasileiro Pedro Granato (Teatro do Pequeno Ato e Sesc), a sul-africana Mwenia Kabwe (Market Theatre Lab) e a cantora norte-americana Sarah Elizabeth Charles (Harlem Stage) foram convocados a estabelecer as bases da ideia em seus países de origem.

Cada um deles ficou responsável por construir uma “torre”, evocando uma Babilônia utópica, na qual os diferentes coexistem.

“Vivemos uma ressaca da defesa da globalização. Produtos podem circular, mas pessoas não. Com a ascensão da xenofobia e do nacionalismo, percebemos que essa coisa de ‘cidadão do mundo’ é para privilegiados”, afirma Granato.

Após uma residência em Londres, reunindo todos os diretores, o brasileiro decidiu problematizar a questão a partir de movimentos sociais voltados à questão da moradia.

O artista plástico, músico e ator congolês Gloire Ilonde, que vive em uma ocupação, divide a cena com a atriz e cantora Karina Buhr, de descendência alemã. A dupla leva ao palco experiências pessoais de migração que se intercalam às vivências dos demais atores pelo mundo.

Por causa do fuso horário, os ensaios eram sempre gravados e repassados aos colegas para ajustes, mas a experiência ao vivo pode render imprevistos que são bem-vindos. “Um projeto ambicioso como esse gera muitos ruídos. A natureza dele é a multiplicidade de vozes”, diz Granato.

Para ele, a peça é uma resposta ao momento que vivemos: “Hoje em dia é preciso marcar posições muito claras, ainda mais em um mundo com muros e fronteiras. Essa é uma defesa da tolerância e da empatia.”

SERVIÇO:

No Sesc Consolação (r. dr. Vila Nova, 245, tel.: 3234-3000). De hoje a sáb., às 17h. R$ 30.

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