Entretenimento

Cat Person: Insegurança afetiva pauta livro de contos

Autora revela olhar irônico para as relações de hoje Elisa Roupenian Toha/Divulgação

Em uma época de internet dominada por memes, fake news, e vídeos fofinhos, ver um conto viralizar e ser amplamente debatido nas redes sociais ajuda a restaurar um pouco a fé na humanidade.

ANÚNCIO

O feito foi da americana Kristen Roupenian, que, ao publicar “Cat Person” no fim de 2017, espelhou as dúvidas e anseios de uma geração de mulheres mobilizadas em torno do movimento #MeToo, que se levantou contra abusos e desigualdade de gênero.

Leia mais:
21 anos de susto: ‘Resident Evil 2’ ganha remake que respeita a trama original
Reconhecido por seu trabalho na Marvel, Bruno Oliveira mostra vida sem filtros em nova HQ

Recomendados

Pouco mais de um ano depois, o texto (publicado originalmente na revista “New Yorker”) foi traduzido e se tornou o carro-chefe de “Cat Person e Outros Contos”, que acaba de ser lançado mundialmente. É uma chance de avaliar a escrita de Roupenian com um olhar menos enviesado pelo calor do momento em que foi lançado.

O resultado é um livro com mais altos que baixos, cujo fio condutor são as relações afetivas contemporâneas – ou melhor, a insegurança que rege esses encontros.

Roupenian tem uma prosa fluida e leve mesmo quando narra episódios mais densos ou flerta com o absurdo.

Há uma inventividade instigante em contos como “Sardinha”, em torno de uma estranha brincadeira infantil, e “Aquela que Morde”, sobre uma jovem que anseia retomar um velho hábito infantil.

Mas o melhor da autora é  seu olhar irônico para a confusão que é se relacionar com alguém. Seja em “Cat Person” ou “O Cara Legal”, ela transforma os leitores em protagonistas de suas histórias mesmo quando eles não têm nada a ver com o que se passa ali. Com isso, Roupenian cria um divã para rirmos de nossas próprias fragilidades sem sucumbirmos à melancolia.

Tags

Últimas Notícias