O recrudescimento do ambiente político faz com que aqueles que têm um pensamento oposto ao hegemônico busquem subterfúgios para sobreviver. O mais comum é a adoção de uma postura reservada. No entanto, é impossível se isolar completamente.
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Esse paradoxo atravessa toda a narrativa do recém-lançado livro “Grande Hotel Abismo”, de Stuart Jeffries. O próprio título alude a isso: a expressão era usada pelo filósofo húngaro György Lukács (1885-1971) para ironizar a reclusão de um grupo de filósofos alemães diante do advento do nazifascismo.
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Esses pensadores compuseram um instituto que ficou conhecido como Escola de Frankfurt. Embora se opusessem ao movimento de extrema-direita, Theodor Adorno (1903-1969), Walter Benjamin (1892-1940), Max Horkheimer (1895-1973) e Herbert Marcuse (1898-1979) mantiveram certa distância da resistência ao regime.
Essa isenção, contudo, não foi absoluta. Mais tarde, o último adotou uma conduta mais militante e se alinhou com as revoltas da juventude que abalaram o mundo em 1968.
“A pergunta, na verdade, é se as mesmas pessoas teriam que interpretar o conhecimento como um programa de ação e também implementá-lo. Acho que, ao se construir uma ideia, fazer dela uma forma de vida é o que mais importa” afirma, em entrevista ao Metro Jornal, o tradutor da obra no Brasil, Paulo Geiger.
A origem judaica dos escritores desse grupo era mais um fator que o colocava na mira dos nazistas. Com o aumento da repressão na Alemanha, a Escola de Frankfurt se viu obrigada a se transferir para os Estados Unidos. O destino, entretanto, não permitiu que todos seguissem suas vidas em outros países. Benjamin se suicidou quando fugia da perseguição do regime comandado por Adolf Hitler (1889-1945) por toda a Europa.