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Peça evoca memórias a partir de objetos de moradores do Brás

‘Noite’ é a mais nova montagem do Grupo Sobrevento Arô Ribeiro/ Divulgação

Fundadora do Grupo Sobrevento, a atriz Sandra Vargas é enfática ao afirmar que a linguagem de Teatro de Objetos, que sua trupe pesquisa há mais de dez anos, é diferente de Teatro de Animação. “A gente entende os objetos como disparadores de memória”, explica ela.

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O mais novo espetáculo deles levou essa máxima para as ruas do Brás, onde o grupo mantém sua sede, questionando os moradores sobre as histórias dos objetos dos quais eles não abririam mão de forma alguma.

Os depoimentos coletados são a base de “Noite”, que estreia hoje no Espaço Sobrevento (r. Coronel Albino Bairão, 42, Brás, tel.: 3399-3589; sex. e sáb., às 20h30, e dom., às 18h; grátis; até 24/3).

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“As pessoas falam do objeto como se não falassem de si. Elas foram muito espontâneas, e tentamos respeitar ao máximo a forma como essas histórias nos foram contadas.” Essa também foi uma forma de se apropriar desse material da forma mais sincera possível, estabelecendo uma troca real entre os personagens e os atores.

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O grupo amarra os causos na figura de um cego, vivido por Luiz André Cherubini – com quem Sandra divide a direção da peça. Em cena, ele revela suas lembranças a um garoto.
Sandra destaca que a maior parte dos depoimentos tem a ver com perdas. Apesar disso, a montagem é costurada pela leveza.

“Percebemos que a questão da morte ainda não é bem resolvida para todos nós, mas as pessoas falam disso, muitas vezes, de maneira simples e até alegre. Se a gente tivesse interferido muito no texto, talvez ficasse pesado”, diz.

Para a atriz e diretora, promove uma reflexão que vai na contramão de um mundo que valoriza o acúmulo indiscriminado de bens.

“Essas histórias falam sobre o que vale de verdade nesta vida e o que estamos perdendo. Onde está nossa delicadeza, nossos medos, nossas fragilidades?”, questiona ela.

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