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Karol Conká fala sobre cenário atual do rap brasileiro: ‘a mulher negra tem que fazer o triplo’

Voz de “Tombei”, “É o poder” e “Vogue do gueto”, a rapper e cantora curitibana Karol Conká não se conforma em ser colocada em nenhuma caixinha, mas tem no rap sua base artística. Ela lançou em 2013 seu primeiro álbum, “Batuk Freak”, de onde surgiram os singles “Gandaia”, “Boa noite” e “Corre corre erê”.

Defensora do feminismo, já ganhou dois prêmios Multishow – na categoria “Revelação”, em 2013, e pelo hit “Tombei” (com participação de Tropkillaz), em 2015. Ao Metro Jornal, a artista, que está em turnê com “Ambulante” (2018), álbum mais introspectivo, fala sobre carreira, internet e ativismo.

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O que mudou desde ‘Batuque Freak’ (2013) até agora?

Muita coisa aconteceu na minha vida pessoal e profissional que contribuiu para o meu crescimento. Me sinto mais tranquila, focada e introspectiva. As músicas vêm de dentro da minha cabeça e se encaixam na vida das pessoas. O novo disco transita entre diferentes universos, por isso é ‘ambulante’.

Como você entrou em contato com o feminismo?

Meu posicionamento vem de família, mãe, avó, tia, que sempre foram independentes. Minha avó dizia que uma mulher tem que fazer o dobro de um homem para se provar, e quando essa mulher é negra, é o triplo. Cresci com essa força, e não sabia o que era feminismo até lançar o disco. O público me chamou de feminista e vi que aquilo era algo que eu já era.

E com o movimento negro?

Eu via a dificuldade de o negro ser levado a sério no mercado, e comecei a pesquisar o porquê disso. Minha missão é usar a arte para conscientizar as pessoas, por isso levanto essas questões.

Você recebe comentários negativos por causa disso?

Não exponho demais a minha vida pessoal, tudo em excesso vira um veneno. A internet poderia ser uma ferramenta de solução, mas virou uma bolha sufocante. Tem gente adoecendo por causa de ‘achismos’, como se o mundo girasse em torno disso. A gente tenta levar informação, mas alguns preferem despejar preconceitos.

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