“Conquistar, Amar e Viver Intensamente”, que o diretor francês Christophe Honoré levou para o Festival de Cannes, não é um filme dado a grandes arroubos.
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A matéria-prima da produção, que estreia hoje, são as relações afetivas no que elas têm de mais humano e, consequentemente, sincero.
Elas são apresentadas, em especial, nos encontros e desencontros de Jacques (Pierre Deladonchamps) e Arthur (Vincent Lacoste). O primeiro é um escritor parisiense que, aos 35 anos, se alterna entre amantes ocasionais e a criação do filho Loulou. O segundo é um estudante do interior, de 20 e poucos anos, com sede de descobrir o mundo.
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Uma química imediata faz os dois se aproximarem. A partir daí, poderia surgir uma paixão arrebatadora, mas o contexto em que se passa a história é determinante para que a trama não siga por aí.
O ano é 1993, e a epidemia de Aids da década anterior deixou marcas profundas na comunidade gay. Jacques foi infectado, mas não define sua vida pela doença, e Arthur lida com isso de forma natural, sem nenhum preconceito.
A proximidade da morte, no entanto, faz o escritor aproveitar um dia após o outro intensamente, como prega o título do filme. Seu único pavor é apaixonar-se e não ter tempo para viver o romance. Por isso, ele segura as rédeas da relação, a contragosto de Arthur, diante de sua primeira paixão homossexual.
Honoré retrata esse tensionamento com doçura e reflete, assim, o medo diante de um novo relacionamento: entregar-se é sempre um risco.
Acompanhar o jogo de sedução dos dois é ver na tela todas as vezes que adiamos tornar uma paixão real na tentativa de preservar ao máximo a faísca do primeiro encontro. Humano, demasiado humano.