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Supremacistas brancos sugerem matar príncipe Harry por casamento com Meghan: ‘Traidor da raça’

Uma investigação da BBC revelou que estudantes do Reino Unido fundaram uma versão britânica de um violento grupo neonazista americano.

Um estudante universitário da cidade de Bath, no Reino Unido, e um adolescente que mora em Londres estão entre os integrantes de uma versão britânica de um violento grupo neonazista americano envolvido em cinco assassinatos, revelou uma investigação da BBC News.

Uma propaganda online do grupo britânico sugere que o príncipe Harry é um «traidor da raça» que deveria ser morto. E mensagens privadas entre os membros incluem declarações do líder do grupo dizendo que policiais deveriam ser estuprados e mortos.

Evidências coletadas pela BBC News mostram que o líder é Andrew Dymock, de 21 anos.

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Ele nega ter cometido qualquer irregularidade. Mas a BBC apurou que ele criou o grupo conhecido como Sonnenkrieg Division.

Dymock, que é originariamente de Bath e cujo pai é um professor de odontologia, estuda na Universidade de Wales. O jovem responsável por produzir material extremista para o grupo seria um jovem de 17 anos, que mora no oeste de Londres.

Ele não respondeu aos pedidos de comentários da BBC News.

Pseudônimo

A equipe da BBC conseguiu obter, de uma plataforma de jogos online, centenas de mensagens enviadas por extremistas ao longo de sete meses.

As mensagens mostram neonazistas da Europa e dos Estados Unidos – protegidos pelo uso de pseudônimos – compartilhando ideias racistas e misóginas, glorificando a violência e a crueldade, e discutindo a produção de material publicitário.

Entre os que participavam da troca de mensagens estão líderes da Atomwaffen Division, uma organização niilista americana que encoraja o terrorismo e diz que a civilização precisa ser massacrada em prol da construção de um estado socialista de caráter nacionalista.

O Atomwaffen – nome que significa «armas atômicas na Alemanha» – está ligado a cinco assassinatos, e um de seus fundadores foi preso no início do ano por descumprir regras sobre explosivos.

Em um vídeo online, membros do Atomwaffen aparecem treinando com armas de fogo e clamando por uma «guerra racial». Mensagens da plataforma de jogos online incluem comentários sobre a criação da Sonnenkrieg Division.

Uma pessoa com pseudônimo «Blitzy» descreve o Sonnenkrieg como um «Atomwaffen com menos armas».

Ele também discute planos de viajar até os Estados Unidos para se reunir pessoalmente com membros do Atomwaffen. Em uma das mensagens, ele sugere «matar todos os policiais» e defende que sejam «estuprados até a morte».

A BBC News obteve evidências de que «Blitzy» é Dymock, e que ele e o adolescente de Londres, que também adota um pseudônimo nas conversas, intercalam os chats com peças de publicidade do Sonnenkrieg.

«Uma doença»

Imagens violentas postadas pelo grupo em redes sociais trazem o seguinte dizer: «encha seu coração de ódio».

As peças também glorificam o terrorista norueguês e assassino em massa Anders Breivik.

Uma imagem sugere que o príncipe Harry deveria ser baleado por se casar com uma mulher mestiça, a atriz Meghan Markle. A imagem diz: «Até mais, traidor da raça».

Uma outra imagem sugere que mulheres brancas que namoram homens não brancos devem ser mortas.

O adolescente postou uma imagem de si usando uma blusa do Atomwaffen perto do Parlamento britânico, e um vídeo da bandeira britânica sendo queimada.

Acredita-se que o Sonnenkrieg não tenha mais que dez ou 15 membros no Reino Unido e em alguns países europeus.

Jovem morto

Jeanne Pepper Bernstein é mãe do adolescente americano Blaze Bernstein, supostamente morto por um membro do Atomwaffen no que está sendo tratado como um crime de ódio.

O assassinato teria sido cometido porque Blaze era gay e judeu.

«O grupo é uma doença e a única forma de erradicá-lo é descobrir onde ele está baseado e dar um fim nele pela raiz», defendeu Pepper.

O pai de Blaze, Gideon Bernstein, afirmou: «Se isso aconteceu com a gente, pode acontecer em qualquer lugar do mundo.»

Outras mensagens privadas mostram alguns neonazistas afirmando que encorajaram mulheres jovens a se mutilarem.

Junto a essas mensagens, foram anexadas fotos das mutilações e críticas às mulheres envolvidas.

«Estudos universitários»

Dymock já foi interrogado pela polícia sobre acusações de agressões a uma adolescente.

Imagens compartilhadas por ele aos membros de seu grupo e depois postadas na internet mostram um corte em forma de suástica no corpo nu de uma jovem. Em outra imagem, Dymock parece balançar um livro do neonazista americano James Mason no ar, enquanto ela aparece deitada no chão.

A cama vista nas imagens é consistente com o cenário de uma foto postada por «Blitzy» e uma outra postada por Dymock sem o uso do pseudônimo.

Dymock e o adolescente teriam, antes, se envolvido no grupo neonazista System Resistance Network, associado a atos de vandalismo racista em dez cidades britânicas.

A BBC News foi informada que o jovem de Londres era um membro da National Action, a primeira organização de extrema-direita a ser banida do Reino Unido com base na legislação sobre terrorismo de dezembro de 2016.

A BBC News entrou em contato com ele e Dymock para apresentar os dados coletados e pedir que se manifestassem.

Dymock disse, por meio de seu advogado, que todas as alegações da BBC estão «inteiramente incorretas», que ele não é membro de nenhuma das organizações citadas e que qualquer interesse que o jovem possa ter manifestado está «associado aos seus estudos universitários».

O adolescente apareceu na porta da sua casa em Londres usando um moletom com o emblema da Atomwaffen. Ele não quis responder às perguntas da BBC News.

A BBC News vai repassar as evidências coletadas à polícia.

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