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Artistas repaginam espetáculos da época da ditadura militar

Acostumados a se valer de suas obras para apontar tendências, artistas estão buscando inspiração no passado para falar do Brasil de hoje.

O cineasta gaúcho Jorge Furtado, por exemplo, enfrentou sua primeira adaptação para levar à telona a peça “Rasga Coração”, último texto de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), o Vianninha.

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Enquanto o filme chega aos cinemas, o Teatro Oficina remonta até domingo, no Sesc Pompeia, o musical “Roda Viva” 50 anos após sua conturbada estreia, que teve sessões interrompidas violentamente e foi proibido pela censura da ditadura militar por seu caráter “subversivo”.

Ambos os textos impressionam pela atualidade em relação ao atual momento sociopolítico do país.

“Rasga Coração” acompanha os desencontros ideológicos de homens de diferentes gerações mostrando as dificuldades de entendimento entre o pai (Marco Ricca) que lutou contra a ditadura e seu filho (Chay Suede), um estudante que tem outros ideais.

Furtado explica que o projeto de adaptação nasceu após as manifestações de junho de 2013, quando ele viu uma nova geração protestar contra um governo de esquerda.

“Fizemos algumas atualizações de falas e de referências, mas as cenas são as mesmas”, afirma o diretor, que ficou fascinado com o texto desde quando assistiu à primeira montagem, em 1979. 

Há embates notáveis no longa, como quando o filho acusa o pai de ser conservador e que sua política de fazer alianças não resolve nada, ou quando o pai repreende o filho por seu desinteresse. 

“O Vianninha consegue contar uma história com oito personagens em que todos têm razão. Isso é genial. O apartamento onde se passa a trama é um microcosmo do país, ali estão reunidas as preocupações da classe média brasileira”, diz Furtado.

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