Desde “Batuk Freak” (2013), Karol Conká não lançava um disco completo, apresentando apenas singles que ajudaram a formar uma legião de fãs e que aprofundaram o que aquele trabalho já mostrava: uma lenta caminhada de Karol do rap rumo ao pop, mas sem perder a ousadia da rima.
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Agora, filiada a uma grande gravadora, com um dos produtores mais conhecidos do eletrônico brasileiro, o Boss In Drama, a curitibana volta a lançar um álbum, “Ambulante”, que ganha show de lançamento amanhã.
No geral, as 10 faixas do disco apresentam uma estrutura coesa que arrancou elogios apaixonados até de Elza Soares. O álbum é, de fato, coerente – e, para quem conhece pouco a carreira da rapper, pode soar “original sem cópia”, como ela proclama na faixa de abertura, “Kaça”.
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Na prática, porém, a cantora acaba se repetindo em temáticas já abordadas em canções anteriores de sua carreira. É evidente a correlação entre as rimas de “Kaça” e “É o Poder” (2015) e de “Bem Sucedida” e “Lalá” (2017).
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É aí que a experimentação proposta na sonoridade apresenta sua melhor faceta. A canção “Saudade”, por exemplo, uma das melhores do disco, está mais próxima do reggae do que do hip-hop.
O pop dançante de “Dominatrix” e o R&B sensual de “Você Falou” também chamam a atenção. Nenhuma das faixas, porém, apresenta de cara a capacidade radiofônica de “Tombei” (2014). Talvez, porém, esse afastamento do rap-pop para mirar em outros horizontes seja exatamente o
objetivo de “Ambulante”.