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Sequestro Relâmpago: ‘As pessoas são mais que estereótipos’, defende diretora

Divulgação/Globo Filmes

Para criar seu novo filme, Tata Amaral tomou emprestado da realidade uma violência tragicamente corriqueira em grandes cidades brasileiras.

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“Sequestro Relâmpago”, que estreia nesta quinta-feira (22), narra episódios ao longo de uma madrugada em que a jovem Isabel (Marina Ruy Barbosa), de classe média, é forçada a circular por São Paulo, sob a mira dos assaltantes Japonês (Daniel Rocha) e Matheus (Sidney Santiago Kuanza), até o horário em que o caixa eletrônico volte a funcionar para saques. Nesse período, os três desenvolvem uma tensa relação que expõe algumas sérias fraturas sociais do país.

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Sequestros relâmpagos acontecem todos os dias. O que a história que baseia o filme teve de especial?

O que me chamou atenção para esta história foi o fato de a protagonista construir uma relação com os sequestradores ao longo da noite. Esses jovens poderiam ter sido seus colegas de escola ou faculdade, não fossem as diferenças e distâncias sociais.

Em vez de polarizar entre vítima boa x agressor mau, a narrativa borra os papéis dos personagens. Por quê?

Porque acho que as pessoas são mais que estereótipos. Isabel tem seus sonhos, suas crenças, forças e fragilidades, mas não é vítima. Ela é uma menina forte que vai desafiar seus sequestradores sempre que pode. Os rapazes são novatos e expressam isso o tempo todo. Essas características humanizam as personagens.

De que cuidados você se cercou para não estigmatizar os personagens dos sequestradores?

O primeiro cuidado foi evitar lugares comuns. O Japonês, por exemplo, lida o tempo todo com o estereótipo do bandido. O filme o questiona e propõe um lugar para que ele seja encarnado: um jovem que quer e precisa de reconhecimento. Em segundo lugar, cuidamos para criar vida além do sequestro para as personagens, revelando seus sonhos, seus desejos, seus medos e suas inseguranças.

De que forma o filme responde ao momento político e social que vivemos?

Acho que é um filme no qual uma das personagens propõe o diálogo com outros, mas fica claro que isso será problemático enquanto houver tantas diferenças geográficas, econômicas, sociais e raciais.

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