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Trilha do metrô não agrada a todos os ouvidos

A música ajuda a relaxar? Ou, depois de um dia estressante, o silêncio “vale ouro”? A sua resposta para essas perguntas provavelmente define sua opinião a respeito do projeto, implantado em julho, que leva música aos vagões e estações das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô.

Há quem ame e há quem odeie a novidade. Pela estudante de comunicação Livia Hiakuna, 19 anos, o projeto foi aprovado: “Acho legal porque toca músicas ‘neutras’, pois seria muito difícil agradar o gosto de todo mundo”.

Por outro lado, para o taxista Fernando Cosmo, 42 anos, essa “neutralidade” não é a melhor saída. “Cada pessoa gosta de um tipo de música, então o certo seria tocarem diferentes estilos”. Além disso, para ele, o volume em que as canções são tocadas é muito alto: “As pessoas acabam ficando ainda mais estressadas.”

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E olha que, desde o início do projeto, o volume já foi diminuído nos vagões. Nesta quarta-feira, o Metro Jornal esteve na linha 2-Verde do metrô e ouviu a trilha sonora do famoso filme Forrest Gump, de 1994, tocando em volume bem ameno.

Agradar é desafio

Para a musicoterapeuta Juliana Carvalho, a dificuldade em agradar a todos está ligada à relação que cada um desenvolve com a música. “A gente tem uma história pessoal de identificação de cada um com o seu universo musical”, diz.

Ela explica que as canções mobilizam várias áreas do cérebro: memória, emoções, cognição e a parte motora. “Quando trabalho com uma música que para mim é agradável eu tenho a liberação de alguns hormônios que são importantes, entre a dopamina, que causa uma sensação de bem-estar.”

Por outro lado, uma música que traga sensação ruim a quem ouve, mesmo que de uma memória inconsciente, pode causar efeitos negativos ao corpo, como palpitação, sudorese e sensação de tontura.

Reclamações

No primeiro mês de implantação, a ação foi alvo de 1.674 reclamações por usuários do metrô, segundo dados obtidos pelo jornal “Agora S.Paulo” por meio da Lei de Acesso à Informação.

Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, o número de manifestações negativas caiu 26% em agosto, indo a 1.242.

A pasta afirma que “o Metrô vem acompanhando a opinião dos usuários” e que recente pesquisa feita mostra que 79% e 69% dos passageiros, respectivamente, querem que a música seja mantida nas estações e trens.

O projeto

Tornar o ambiente e a experiência dos passageiros mais agradáveis: esta é a intenção do Metrô com o projeto, que custa R$ 39 mil por mês.

A agência CC&P (Companhia de Comunicação e Publicidade), é responsável pela criação das playlists, com um total de 200 músicas que contemplam cinco gêneros: clássica, jazz, bossa nova, MPB e samba. Durante avisos aos usuários nos vagões, as canções são interrompidas.  

 

O Metro Jornal pediu para cinco DJs montarem playlists que poderiam tocar no metrô. Ouça abaixo e veja se alguma faz a sua cabeça:

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