O ator norte-americano Casey Affleck, ganhador do Oscar de melhor ator em 2017 pelo filme «Manchester à Beira-Mar», falou pela primeira vez desde o surgimento de acusações de assédio sexual feitas por mulheres que participaram da produção do filme «Eu Ainda Estou Aqui», em 2010.
Affleck acertou um acordo extrajudicial para encerrar o processo que a produtora Amanda White e a diretora de fotografia Magdalena Gorka moviam contra o ator. «Eu nunca tive reclamações daquele tipo feitas sobre mim, foi realmente embaraçoso e eu não sabia como lidar com aquilo, o que me fez tomar algumas decisões erradas», disse o ator, em entrevista para a agência Associated Press.
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«Era um ambiente nada profissional e, sabe, era minha responsabilidade evitar aquilo. Tenho que assumir a culpa pelos meus erros. Eu contribui para aquele ambiente e tolerei um tipo de comportamento de outras pessoas que me arrependo amargamente. Queria não ter feito aquilo», continuou o ator, falando sobre o que motivou os processos.
Por conta do caso, o ator recusou o convite para entregar o prêmio de melhor atriz na cerimônia do Oscar deste ano. «Penso que foi a coisa certa a se fazer levando em conta tudo o que acontece com a nossa indústria neste momento. E ter duas mulheres incríveis apresentando o prêmio de melhor atriz me pareceu certo», afirmou Affleck, referindo-se a Jennifer Lawrence e Jodie Foster.
O ator terminou dizendo que todo o caso o fez abrir os olhos para iniciativas como o movimento #MeToo, além de incentivá-lo a entender melhor o que estava acontecendo e procurar como ele poderia contribuir com isso. «Eu sai de um lugar em que estava na defensiva sobre o assunto para um ponto de vista mais maduro, procurando a minha culpa nisso tudo. E quando eu consegui fazer isso, descobri que eu precisava aprender e ouvir muita coisa», finalizou.