Conhecido pelo sucesso do filme “Me Chame Pelo Seu Nome”, baseado em seu romance homônimo e vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, o escritor de origem egípcia André Aciman não distingue as formas de amor.
Tanto nesse livro quanto no recém-lançado “Variações Enigma”, os protagonistas se relacionam com homens e mulheres, e o assunto é abordado com naturalidade.
“Escolhi não fazer muito estardalhaço. Estamos em mudança constante. Podemos nos sentir atraídos por alguém de manhã e, à noite, já não sentir mais essa atração. Homem, mulher, não importa! Amo essa fluidez”, declara o escritor, que esteve no Brasil para participar da 16ª Flip.
Recomendados
Morre participante estrela do American Idol e vencedora de um Grammy aos 47 anos
A rainha Letizia revive o barbiecore e a imprensa mundial se rende: “Elegante e cativante”
Netflix: a emocionante minissérie de 6 episódios que é um sucesso
Cheio de referências e citações, as narrativas poderiam se tornar acadêmicas demais, porém a simplicidade das palavras de Aciman as transformam em universais. “Sempre escrevo em primeira pessoa, então, o ponto de vista do protagonista é sempre um eu, um André! Adoro quando acabo aparecendo nos personagens. No fim, sempre escrevo sobre mim”, afirma ele sobre o processo de escrita.
A descoberta da sexualidade também é um tema recorrente. Em “Variações Enigma”, Paul se vê interessado por seu parceiro de tênis enquanto crê estar sendo traído pela namorada.
“Somos seres sexuais muito antes de entendermos o que é desejo sexual. Talvez todo desejo sentido pela primeira vez nos faz sentir culpados e constrangidos. Querer tocar alguém é sempre algo carregado de culpa, seja do mesmo sexo ou do sexo oposto”, diz.
Aciman revela que o sucesso de “Me Chame Pelo Seu Nome” o surpreendeu. “Não esperava ser tão traduzido nem que fizessem um filme. Demorei a entender que a história era cinematográfica”, conclui.