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Athos Bulcão: conhecido pelos azulejos que colorem Brasília é homenageado com mostra

Athos Bulcão (1918-2008) está para Brasília assim como Antoni Gaudí (1852-1926) está para Barcelona: espalhadas pelas ruas, as obras desses artistas provoca uma forte identificação do público.

Ao contrário do arquiteto catalão, porém, Athos tinha uma produção intimista variada, que ia desde a elaboração de fotomontagens até a criação de capas de disco.

Tudo isso é revelado agora na exposição “100 Anos de Athos Bulcão”, que abre nesta quarta-feira (1º), no Centro Cultural Banco do Brasil, após já ter passado por Brasília e Belo Horizonte.

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Criada com base no acervo da Fundação Athos Bulcão e com a colaboração de muitas coleções privadas de artistas, a mostra compilou mais de 300 obras do artista produzidas entre os anos 1940 e 2005.

Esta é a mais robusta reunião de obras dele até hoje, incluindo peça inéditas, como projetos de painéis ainda não realizados e matrizes usadas para a criação de fotomontagens.

Marcada pela interatividade – que honra o aspecto público de boa parte da obra do homenageado –, a mostra se divide em oito módulos, mas não se restringe a cronologias.

Para ajudar o público a desvendar este universo, haverá um guia especial: o próprio Athos. Em vez de textos explicativos, a exposição apresenta textos recolhidos de entrevistas do próprio artista em que ele comenta, com bom humor, sua própria produção.

“Athos não teve fases artísticas. Ele produzia no fim da vida com referências ainda do início da carreira”, diz André Severo, que divide a curadoria com Marília Panitz. Os dois participam de um bate-papo gratuito que acontece nesta quarta, às 19h, para marcar a abertura da exposição.

De assistente de Portinari a designer de Brasília
Athos Bulcão nasceu no Rio, em 1918, onde chegou a estudar medicina. Contrariando a família, abandonou o curso para se dedicar à pintura e foi assistente de Portinari.
Estudou desenho em Paris e, na volta, passou a fazer ilustrações para o MEC. A convite de Oscar Niemeyer, dedicou-se a Brasília, onde criou painéis e azulejos para edifícios públicos a partir de 1957. Para ele, que foi professor da Universidade de Brasília, as peças deveriam ser “livremente manejadas pelos trabalhadores”, gerando padrões aleatórios.
Bulcão foi diagnosticado com Mal de Parkinson, em 1991, e morreu em julho de 2008 devido a uma parada cardiorrespiratória. metro

Serviço:
No CCBB (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel.: 3113-3651). Abre nesta quarta-feira (1º). De qua. a seg., das 9h às 21h. Grátis. Até 15/10.

Veja os destaques da exposição:

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