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Musical mergulha em dupla de assassinos que inspiraram Hitchcock

CAIO GALLUCCI/DIVULGAÇÃO

O que leva alguém a tirar a vida de outra pessoa? Autodefesa? Desespero? Necessidade de sobrevivência? No caso de Leopold e Loeb, foi a mera oportunidade de eles se provarem capazes de tal ato – até que a Lei os pegou e a Justiça se viu intrigada com o caso dos dois rapazes que assassinaram um garoto a sangue frio sob o mero pretexto de que eles conseguiriam cometer um crime perfeito.

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Ocorrido em 21 de maio de 1924 em Chicago, o episódio fascina desde então o universo da ficção, tendo sido levado às telas por Alfred Hitchcock, em 1948, no filme “Festim Diabólico”.

Em 2003, foi a vez de a história se transformar em um musical do circuito Off- -Broadway, assinado por Stephen Dolginoff, que ganha agora versão brasileira. “Pacto”, que estreia nesta quarta-feira (11) no Teatro Porto Seguro, coloca os atores Leandro Luna e André Loddi como Leopold e Loeb. Sozinhos no palco, com acompanhamento de um piano, os dois evidenciam a complexa relação estabelecida entre os personagens valendo-se do elemento musical de uma forma diferente daquela que estamos acostumados a ver nos palcos paulistanos.

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“Existe todo um circuito de musicais com dramaturgias alternativas. Um exemplo de grande produção com suspense é ‘Sweeney Todd’. Com esse cenário de crise constante no Brasil, é bom saber que existem outras dramaturgias possíveis”, afirma Luna, que também produz a montagem e assina a tradução ao lado de Loddi.

“Este é um musical enxuto, com texto muito bom e, infelizmente, muito contemporâneo. Nada justifica o ato dos dois, mas existe muita explicação até se chegar à psicopatia deles”, diz Luna, para quem os jovens foram fruto da explosão da sociedade industrial, resultando em uma geração solitária, criada longe dos pais. A direção é de Zé Henrique de Paula, com largo trânsito em musicais autorais e alternativos com seu Núcleo Experimental.

“Tivemos um trabalho profundo em torno do que cada música queria dizer. Como fizemos as versões, nos apropriamos das palavras de forma muito positiva, apesar do clima pesado do texto”, diz Lodi. “Essa é uma história que foca na relação de submissão e de poder de um sobre o outro”, conclui o ator.

Serviço

No Teatro Porto Seguro (al. Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos, tel.: 3226- 7300). Qua. e qui., às 21h. De R$ 40 a R$ 60. Até 30/8.

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