Beto é um jovem advogado que se depara com uma outra realidade quando reencontra uma amizade de infância. Helena, uma mulher trans que Beto conhecia na escola como André, ressurge na vida dele e o faz questionar algumas certezas que acalentava sem reflexão alguma.
Para contar essa história em “Supernormal”, o autor, dramaturgo e escritor Pedro Neschling mergulhou sem medo em temas como a não associação entre identidade de gênero e orientação sexual. “As pessoas da dita sociedade padrão costumam enxergar isso como algo estranho, distante. Uma mulher transexual é exatamente igual a qualquer um de nós”, avalia o autor de 35 anos, que visa desmistificar a transexualidade.
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Para isso, conversou com diversas mulheres trans para ser capaz de desenvolver Helena como uma personagem real, que não fosse baseada em clichês e estereótipos. Já Beto foi construído de forma próxima ao leitor para facilitar a identificação com suas dúvidas e dificuldades.
Pedro questiona o conceito de normalidade, que impede a sociedade de explorar possibilidades diferentes das quais está acostumada. “Estamos aprisionados dentro do que se convencionou que é correto, normal. Quando você descobre que é uma prisão, abre-se um mundo completamente diferente”, afirmou Neschling.
O autor conta que o reencontro entre dois amigos e as formas contemporâneas de se relacionar já eram assuntos que ele queria abordar. Durante os dois anos de escrita do livro, no entanto, Pedro percebeu que a história era datada, e os conflitos não o interessavam mais. Para trazer a narrativa para os dias de hoje, ele introduziu a temática trans, pauta frequente atualmente.
“O Brasil é um dos países que mais mata LGBTs, então se o livro fosse lançado em outra época a chance de ter outro caso seria grande”, lamentou ele ao ser perguntado sobre a proximidade do lançamento do livro com o assassinato da estudante Matheusa Passareli, ocorrido em maio, no Rio.
“A gente sempre tenta pensar o que é padrão, o que é normal. Estamos nos desfazendo do normal”.