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‘Queermuseu’ arrecada valores recordes em crowdfunding e será remontada no Rio

Pendurado na fachada do palecete do Parque Lage, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, um cartaz  expõe em letras garrafais: “Vamos juntos reabrir a exposição e restabelecer o diálogo interrompido!”

A frase faz referência à vaquinha virtual para financiar a remontagem, no local, da mostra “Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”. Aberta entre janeiro e março deste ano, a campanha arrecadou mais de R$ 1 milhão e se tornou o maior crowdfunding já organizado no Brasil. A reabertura ainda não foi marcada, mas deve acontecer até julho, segundo os organizadores.

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A cifra recorde é resultado de um esforço de parte da classe artística para transformar a reabertura da mostra em uma bandeira em defesa da liberdade de expressão.

Com curadoria de Gaudêncio Fidélis, a “Queermuseu” entrou em cartaz em agosto do ano passado, no Santander Cultural, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Tinha 270 obras, de 85 artistas, que faziam referências a questões de gênero e sexualidade.

A temporada de exibição, contudo, foi encurtada em setembro – um mês antes do previsto –, após uma campanha liderada pelo grupo político conservador MBL (Movimento Brasil Livre) acusar o trabalho de fazer apologia à zoofilia e à pedofilia.

O MAR (Museu de Arte do Rio), no Centro, chegou a oferecer espaço para a mostra, mas recuou depois que o prefeito Marcelo Crivella (PRB) vetou a possibilidade: “Só se for no fundo do mar, porque no Museu de Arte do Rio, não”, disse, à época.

Para o diretor-presidente da EAV (Escola de Artes Visuais do Parque Lage), Fabio Szwarcwald, a proibição representou uma forma de censura. “Não se pode impedi-la por uma questão de gosto pessoal”, criticou. 

Procurada, a Prefeitura do Rio não se manifestou sobre o assunto. A Secretaria Municipal de Cultura disse que não vai se posicionar.

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